Covid-19: Governo britânico vai cobrir até 80% dos salários

O governo britânico anunciou hoje que vai cobrir o pagamento dos salários dos trabalhadores no Reino Unido até 2.500 libras por mês (2.745 euros) para evitar um despedimento em massa provocado pelo impacto da pandemia de Covid-19. 

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Lusa
20/03/2020 18:30 ‧ 20/03/2020 por Lusa

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"Isto significa que os trabalhadores em qualquer parte do Reino Unido podem manter o emprego, mesmo que o empregador não possa pagar, e ser pago pelo menos 80% do salário. O esquema de retenção de empregos do coronavírus vai cobrir o custo dos salários retroativamente até 01 de março e ficará aberto inicialmente por pelo menos três meses. E estenderei o esquema por mais tempo, se for necessário", anunciou o ministro das Finanças, Rishi Sunak, numa conferência de imprensa.

O esquema está aberto a "qualquer empregador do país, pequeno ou grande, associações de solidariedade ou sem fins lucrativos", que poderão assim receber este financiamento para cobrir a maioria dos salários das pessoas que não estão a trabalhar, evitando o seu despedimento.

Estas medidas juntam-se a uma série de benefícios fiscais e pacotes financeiros, incluindo um fundo de 350 mil milhões de libras (380 mil milhões de euros) em empréstimos garantidos pelo governo e outro tipo de financiamento para apoiar as empresas.

"Estamos a começar um grande esforço nacional para proteger empregos. Mas a verdade é que já estamos a assistir a perdas de empregos. E podem estar mais por vir. Não posso prometer que ninguém enfrentará dificuldades nas próximas semanas", admitiu o ministro. 

Sunak também anunciou um aumento de subsídios sociais para pessoas com rendimentos baixos ou sem a possibilidade de trabalhar, beneficiando quatro milhões de agregados familiares, e abriu o acesso aos trabalhadores por conta própria. 

O anúncio foi feito após o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ter ordenado a partir de hoje o encerramento de 'pubs', cafés, restaurantes e ginásios por tempo indeterminado para reduzir a propagação da pandemia de Covid-19 no Reino Unido. 

"É de partir o coração pensar nas empresas que vão enfrentar dificuldades como resultado das medidas que este país teve de tomar. A nossa mensagem para as empresas é que vamos apoiá-las e esperamos que vocês apoiem os vossos trabalhadores e o país", exortou Johnson. 

De acordo com o balanço publicado hoje pelo ministério da Saúde britânico, registaram-se até agora 177 mortes no Reino Unido, tendo sido identificados 3.983 casos positivos de infeção com Covid-19 entre 66.976 pessoas testadas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 265 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 11.100 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 90.500 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.032 mortos (mais 627 que na quinta-feira) em 47.021 casos.

A Espanha regista 1.002 mortes (19.980 casos) e a França 264 mortes (9.134 casos).

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

 

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