Permanecem apenas autorizados o tráfego de transporte de mercadorias, o regresso do estrangeiro dos cidadãos belgas e as deslocações profissionais imperativas, precisou o ministro.
As restrições, aplicadas desde o meio-dia de hoje, abrangem as entradas e saídas do país por estrada, aeroportos ou portos, e as ligações ferroviárias internacionais.
No entanto, as ligações de comboios Eurostar e Thalys com os países vizinhos "continuarão a circular. (...) Mas será necessário fornecer a prova de que esta deslocação é essencial" através de uma justificação do empregador ou de uma carta profissional de apoio, acrescentou.
Esta tolerância vai abranger profissões "cruciais", como a segurança nacional ou os cuidados de saúde, e ainda os funcionários das instituições europeias destacados em Bruxelas.
No interior do território belga, e para além dos ajuntamentos, também foram proscritas as deslocações "não essenciais", como a deslocação a uma segunda residência. A comparência no trabalho apenas será permitida com um atestado do empregador.
"Todas as infrações serão sancionadas", preveniu Pieter De Crem, com multas que podem ascender aos 4.000 euros e três meses de prisão.
A Bélgica, país de 11,4 milhões de habitantes, registou até ao momento 2.257 casos confirmados da Covid-19, e 37 mortes. Os números aumentaram significativamente nas últimas 24 horas, (um total de 21 mortos na quinta-feira).
Escolas, bares e restaurantes estão fechados há uma semana, e as restrições de deslocações e da atividade comercial ainda mais limitadas estão em vigor desde o meio-dia de quarta-feira e até 05 de abril.
Segundo o gabinete de De Crem, o bloqueio das fronteiras decidido hoje está em vigor até nova ordem.
"A mensagem é ficar em casa (...) manter as distâncias. Um metro e meio pode fazer milagres e sei ainda podemos falar de milagre com o tempo que vivemos", concluiu o ministro.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 265 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 11.100 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 90.500 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.032 mortos (mais 627 que na quinta-feira) em 47.021 casos.
A Espanha regista 1.002 mortes (19.980 casos) e a França 264 mortes (9.134 casos).
A China, por sua vez, informou não ter registado novas infeções locais pelo segundo dia consecutivo, embora o número de casos importados tenha continuado a aumentar, com 39 infeções oriundas do exterior.
No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.967 infeções diagnosticadas, incluindo 71.150 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.248.
Destaque também para o Irão, com 1.433 mortes em 19.644 casos.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.