Covid-19: Pequim vai desviar voos internacionais para outras 12 cidades

O aumento de novos casos da covid-19 importados levou hoje a China a desviar os voos com destino a Pequim para outras 12 cidades, onde os passageiros serão submetidos a controlo sanitário antes de prosseguirem viagem para a capital chinesa.

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Lusa
22/03/2020 14:38 ‧ 22/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Segundo a agência de notícias EFE, após três dias sem um único contágio a nível local, não para de crescer o número de casos importados no país, tendo a Comissão Nacional de Saúde informado hoje que no sábado detetou um doente infetado por um viajante do exterior, o primeiro caso deste tipo na China.

Nesse sentido, a administração de Aviação Civil chinesa anunciou que a partir das 00:00 de segunda-feira (16:00 de domingo, hora de Lisboa), todos os voos internacionais para Pequim deverão ser desviados para um de 12 outros aeroportos, alguns próximos, como Tianjin, Taiyuan o Shijiazhuang, mas outros bastante longe da capital, como Xangai e Nankín (este) ou Xi'an (no centro).

Todos os passageiros terão de submeter-se a um controlo sanitário no aeroporto a que cheguem e, no caso de passarem no controlo, podem seguir viagem para Pequim no voo original, de acordo com um comunicado daquela entidade.

Uma vez em Pequim, os passageiros deverão, ainda assim, submeter-se a um período de quarentena obrigatória de 14 dias em hotéis designados para o efeito, excetuando os passageiros com mais de 70 anos, grávidas e doentes com outras patologias, que podem ficar confinados em casa.

Hoje foi atingido um novo recorde de casos de infeção com proveniência do exterior, com um total de 45 infetados, número em subida há vários dias com o regresso de milhares de chineses e estrangeiros que saíram, ou estavam longe do país quando começou a epidemia.

Apesar de ainda ser um número baixo, as autoridades da China temem que esses infetados que regressam agora ao país desencadeiem uma nova vaga de contágios, agora que o número tinha parado de aumentar em toda a China, incluindo na província de Hubei e na sua capital Wuhan, onde começou o surto.

Até ao momento, chegaram à China um total de 314 pessoas que acusaram positivo no teste de despiste da covid-19, das quais 97 à capital do país, com os 13 casos hoje reportados em Pequim.

O país de onde procedem, até agora, mais doentes infetados é o Reino Unido, com 75, seguido do Irão, com 47, Espanha, com 46, e Itália, com 44.

Contudo, a maioria dos casos correspondem a estudantes chineses que regressavam ao seu país, assim como trabalhadores e empresários, tanto nacionais como estrangeiros.

O primeiro caso reportado de contágio local através de um caso importado, confirmado no sábado, foi detetado na província de Cantão, uma da mais afetadas pela pandemia no país, logo a seguir a Hubei.

Segundo as investigações epidemiológicas recolhidas pelo diário Global Times, um homem de 54 anos natural de Cantão foi contagiado por uma mulher de 34, que regressava da Turquia.

Entretanto, a vida e as atividades económicas na China regressam, pouco a pouco, à normalidade, com exceção para Wuhan, centro da epidemia, que cumpre na segunda-feira dois meses de quarentena, com os habitantes ainda recolhidos em casa.

A cidade de Hangzhou começou a abrir espaços públicos como museus, bibliotecas e estádios e os habitantes já não têm de submeter-se a controlo de temperatura quando usam os transportes públicos, vão a restaurantes ou ao supermercado.

Doze províncias anunciaram que as escolas retomarão as suas atividades em final de março ou início de abril, ainda que nas grandes cidades, como Pequim, ou Xangai, ainda não tenha sido dada nenhuma indicação nesse sentido.

A covid-19 já causou pelo menos 13.444 mortos no mundo desde que apareceu em dezembro, segundo um novo balanço, que dá conta ainda de mais de 308.130 casos de infeção oficialmente diagnosticados em 170 países e territórios desde o início da epidemia.

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