O 'ayatolah' Ali Khamenei disse, no domingo, que Teerão nunca aceitaria ajuda médica dos EUA, por suspeitar que Washington seria capaz de querer reforçar a pandemia no Irão, onde o número de infetados e mortos pela covid-19 continua a crescer.
O líder supremo do Irão repetiu ainda a ideia de que os EUA estariam por detrás da criação e disseminação do novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19.
"As mentiras de Khamenei sobre o vírus de Wuhan colocam vidas em risco", disse Mike Pompeo, recorrendo a uma das expressões controversas que tem sido usada por líderes políticos norte-americanos para se referir ao vírus, referenciando o nome da cidade chinesa onde a pandemia teve origem.
"Os Estados Unidos ofereceram mais de cem milhões de dólares (cerca de 90 milhões de euros) em assistência médica a países estrangeiros, incluindo o povo iraniano e os nossos cientistas estão a trabalhar para desenvolver uma vacina. Khamenei rejeitou a oferta porque prefere inventar teorias da conspiração e colocar a ideologia antes do interesse do povo iraniano", disse o chefe da diplomacia norte-americana.
Pompeo também acusou o regime de Teerão de "negar a sua primeira morte por coronavírus por pelo menos nove dias" e de "continuar a mentir aos iranianos e ao mundo sobre o número de mortes, que infelizmente é muito mais elevado do que ele admite".
O secretário de Estado lamentou que a companhia aérea iraniana Mahan Air tenha mantido "pelo menos 55 voos entre Teerão e a China", em fevereiro, o que permitiu que a epidemia "se espalhasse entre os iranianos".
"Os primeiros cinco casos de coronavírus em pelo menos cinco países estrangeiros foram importados diretamente do Irão, o que colocou milhões de vidas em risco", disse Pompeo.
O Irão é um dos países mais afetados pela pandemia de Covid-19, com mais de 20 mil casos registados e com cerca de duas mil mortes.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.