A Organização Mundial de Saúde (OMS) destacou na conferência de imprensa desta segunda-feira o que os crescentes números de casos de infeção a nível global demonstram. "A pandemia está a acelerar", sublinhou o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Mais de 300 mil casos de Covid-19 foram até agora reportados à OMS, de quase todos os países do mundo (...) Levámos 67 dias para chegarmos do primeiro caso registado aos primeiros 100 mil casos, 11 dias para chegarmos aos segundos 100 mil casos e apenas quatro dias para os terceiros 100 mil casos", fez notar o responsável da autoridade de saúde mundial.
Relembrando que os números importam porque representam "pessoas, cujas vidas e famílias ficaram viradas do avesso", Tedros Ghebreyesus referiu ainda assim que "não somos prisioneiros das estatísticas. Não somos espectadores impotentes. Podemos mudar a trajetória da pandemia de Covid-19".
"More than 300,000 cases of #COVID19 have now been reported to WHO, from almost every country in the.The pandemic is accelerating.It took 67 days from the 1st reported case to reach the first 100K cases, 11 days for the second 100K & just 4 days for the third 100K"-@DrTedros pic.twitter.com/XoBkVnWtLH
— World Health Organization (WHO) (@WHO) March 23, 2020
E qual a estratégia para mudar a trajetória? O diretor-geral da OMS recorreu a expressões do futebol para explicar. "Não se pode ganhar um jogo de futebol defendendo apenas. Também temos de atacar. Pedir às pessoas para ficarem em casa e apelar a outras medidas de distanciamento social é importante para travar a propagação do coronavírus e ganhar tempo, mas são medidas defensivas", disse Tedros Ghebreyesus.
"Para ganhar, precisamos de atacar o coronavírus com tácticas agressivas e precisas - testando todos os casos suspeitos de Covid-19, isolando e tratando de casa caso confirmado, e encontrando e colocando em quarentena todos os contactos próximos", declarou.
A OMS deixou ainda dois avisos relevantes. O primeiro relativamente à importância de proteger os profissionais de saúde da Covid-19. Constatando os "relatos alarmantes" do número de infeções entre os profissionais de saúde um pouco por todo o mundo, Tedros Ghebreyesus afirmou que "se não dermos prioridade à proteção dos profissionais de saúde, muitas pessoas vão morrer".
O segundo alerta da OMS prende-se com o uso de "drogas não testadas" para tratar pacientes e testes de laboratório que podem não estar a ser conduzidos de forma apropriada. "Sem provas concretas podem criar uma falsa esperança e fazer mais mal do que bem", afiançou o diretor-geral da OMS.
A Covid-19 causou a morte a mais de 15 mil pessoas no mundo inteiro e já foram registados quase 360 mil casos de infeção. Mais de 100 mil pessoas recuperaram depois de terem contraído a doença provocada pelo novo coronavírus.
[Notícia atualizada às 16h54]