"Esperemos que também seja uma mensagem forte para as pessoas terem em consideração o seu comportamento. Temos apelado e cada vez mais tem-se fechado negócios e (segunda-feira) o primeiro-ministro da província (Doug Ford) anunciou que só ia negócios de serviços essenciais", afirmou Ana Bailão, que é vice-presidente do município.
A também vereadora pelo distrito eleitoral da Davenport (Ward 9) justificou que os responsáveis políticos estão a fazer "o possível para manter a distância social, mantendo as pessoas em casa, e para diminuir o contágio".
Na cidade, a maior do Canadá, já se registam centenas de casos.
No dia em que o governo provincial anunciou que os negócios não essenciais devem encerrar, pelos menos a partir de 14 dias, a partir de segunda-feira, garantindo que a população continuará a ter acesso a medicamentos nas farmácias e comida nos supermercados.
"Os serviços não essenciais foram fechados, estamos a colaborar com os governos federal e provincial, para controlar o nível de negócios e estabelecimentos abertos", sublinhou Ana Bailão, confirmando que a agência municipal de saúde pública de Toronto já multou pelo menos "dois estabelecimentos que não cumpriram as regras impostas pelas autoridades".
A autarca ainda realçou o trabalho desenvolvido por algumas instituições sem fins lucrativos, como o Centro Abrigo, que fecharam as portas, mas que continuam a acompanhar pessoas vulneráveis, como idosos e doentes crónicos.
"A Câmara Municipal está também a criar um elo de ligação com todas as organizações não lucrativas, e irá brevemente lançar um apelo a voluntários que queiram ajudar neste tipo de iniciativas (para pessoas vulneráveis) na área onde residem", revelou.
Das outras medidas implementadas pela autarquia de Toronto, a vice-presidente destacou ainda o "prazo de 60 dias do pagamento do imposto predial e da conta da água e do lixo", e a abertura dos jardins de infância durante 24 horas e sete dias por semana "para filhos de trabalhadores de equipas de emergência".
No dia 22 de março, o 'premier' do Ontário, Doug Ford, também tinha declarado o estado de emergência na província, fechando muitos dos negócios, medida igualmente seguida pela província francófona do Quebeque.
No entanto, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, resistiu a esta ideia, dizendo que isso retiraria poder aos governos das províncias.
O governo liberal, com minoria parlamentar, apresentou um projeto de lei que está a gerar alguma contestação perante a oposição, e que vai garantir, caso passe, novos poderes para gastar e alterar o valor dos impostos, sem aprovação do parlamento até 31 de dezembro de 2021.
Na semana passada, e em concordância com o Governo do Presidente Donald Trump, Canadá e Estados Unidos decidiram encerrar fronteira por tempo indeterminado.
O Canadá já registou mais de 2.700 casos de covid-19 e 26 mortos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia covid-19, já infetou cerca de 420 mil pessoas em todos o mundo, das quais mais de 18 mil morreram.
Depois de surgir a China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.