Os tão aguardados testes rápidos para despistar os casos de Covid-19, com os quais o governo espanhol queria começar a testar as camadas mais amplas da população para descobrir qual é a dimensão real do contágio em Espanha, não funcionam bem.
A notícia é avançada pelo El Pais, que refere que esta é a conclusão de vários laboratórios de microbiologia de grandes hospitais espanhóis, nas análises feitas aos kits recém-chegados da China.
"Eles não detectam os casos positivos conforme o esperado", diz uma fonte que prefere manter o anonimato, referindo que esta conclusão é "desencorajadora" na luta contra a propagação do vírus.
Estes testes rápidos, que são fabricados pela empresa Bioeasy, terão uma eficácia de apenas 30%, quando o aconselhado seria de 80%. Segundo os mesmos especialistas, "com este grau de eficácia não faz sentido usar estes testes".
Explica a publicação espanhola que com um nível de eficácia tão baixo, o que acontece é que quando um teste dá negativo, nunca se pode confiar de facto se aquela pessoa está ou não infetada. Fica sempre a dúvida.
Estes aconselham, por isso, que se continue a utilizar os testes de detecção de coronavírus atualmente utilizados pelos laboratórios e que são baseados numa técnica molecular chamada PCR (reação em cadeia da polimerase), a qual deteta a presença do vírus através de uma amostra recolhida pelo nariz ou pela boca.
"Este lote enviado não corresponde ao que veio nos certificados de qualidade da CE. Tivemos de os devolver", confirmou, entretanto, numa conferência de imprensa o diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergência Sanitária do Ministério da Saúde espanhol, Fernando Simón.