O partido nacionalista conservador Direito e Justiça (PiS) e o Presidente cessante Andrzej Duda, proveniente desta formação, pretendem manter a data de 10 de maio para o escrutínio e no qual é favorito.
"Atendendo à saúde e vida dos cidadãos do nosso país, ao respeito pelo processo eleitoral democrático e ao risco potencial de a própria eleição presidencial ser questionada, apelamos ao Conselho de Ministros que instaure imediatamente o estado de catástrofe natural", refere um texto assinado por 43 ONG, em que se incluem a Amnistia Internacional e a Fundação Helsínquia para os Direitos Humanos.
Segundo os signatários, a decisão permitiria adiar a data do escrutínio numa situação em que numerosas pessoas, incluindo as que cumprem regime de quarentena, seriam impedidas de participar.
No atual contexto, as ONG consideram "inimaginável" a mobilização de mais de 300.000 membros das comissões eleitorais, e ainda a deslocação a uma assembleia de voto "com perigo da sua saúde... e da sua vida".
Segundo os resultados de uma sondagem divulgada quarta-feira, 72,2% dos polacos pronunciaram-se a favor de um adiamento das presidenciais, uma medida que também tem sido exigida pelos partidos da oposição.
O ex-primeiro-ministro polaco Donald Tusk, atualmente na chefia do Partido Popular Europeu (PPL), considerou em entrevista que "apenas um louco ou um criminoso" poderia propor à população que fosse votar em maio.
A maioria dos comentadores sustenta que os conservadores argumentam com um cenário otimista de declínio da pandemia e que reforçaria as hipóteses de reeleição de Duda, enquanto um adiamento do escrutínio poderá prejudicar a sua candidatura.
A popularidade do PiS, que continua a garantir 40% de opiniões favoráveis nas sondagens, deve-se em grande medida à sua política de investimentos no setor social.
Segundo os analistas, dentro de seis meses, quando as consequências económicas da pandemia forçarem a cortes nestas áreas, esta vantagem poderá desaparecer.
A Polónia, 38 milhões de habitantes, regista até ao momento 1.120 casos de contaminação e 14 mortos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com quase 260.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 7.503 mortos em 74.386 casos registados até quarta-feira.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 4.089, entre 56.188 casos de infeção confirmados até hoje.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, conta com 81.285 casos (mais de 74 mil recuperados) e regista 3.287 mortes. Nas últimas 24 horas, reportou seis mortes e 67 novos casos, todos com origem no exterior, quando o país começa a regressar à normalidade, após dois meses de paralisia.
Os países mais afetados a seguir à Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.234 mortes (29.406) casos, a França, com 1.331 mortes (25.233 casos), e os Estados Unidos, com 1.031 mortes (68.572 casos na quarta-feira).
O continente africano registou até hoje 73 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.700 casos, em 46 países.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.