Ai Fen, diretora da unidade de emergências do centro hospitalar de Wuhan, desapareceu depois de criticar as autoridades chinesas pela forma como estas estavam a realizar a gestão do novo coronavírus.
Ai Fen foi a primeira pessoa a dar o alarme sobre o vírus e o seu paradeiro permanece, neste momento, desconhecido, como avançou o programa '60 Minutes', da cadeia televisiva CBS.
A diretora da unidade de emergências do centro hospitalar de Wuhan alertou os seus superiores e colegas para um vírus semelhante à SARS, visto em pacientes em dezembro último, no entanto, acabou por ser repreendida.
Ai Fen criticou as autoridades chinesas por suprimir alertas precoces do surto numa entrevista à revista chinesa Renwu.
“Se eu soubesse o que estava para acontecer, não me teria importado com a repreensão das autoridades. Queria ter conversado e discutido com alguém sobre o que estava a acontecer", referiu a responsável de saúde, em declarações reproduzidas pelo diário britânico The Guardian.
A 30 de dezembro, Ai Fen recebeu os resultados dos exames laboratoriais de um paciente com sintomas semelhantes aos da gripe, porém, resistente aos métodos usuais de tratamento. Dizia "SARS Coronavirus". Ela tirou uma fotografia aos resultados e enviou-a para um ex-colega da escola de medicina que frequentou. À noite, a mesma fotografia já circulava por vários círculos médicos em Wuhan.