Extraditar narcotraficantes? "Não temos ainda prisão de alta segurança"

O Presidente guineense justificou hoje a decisão do Governo de extraditar para os Estados Unidos quatro estrangeiros condenados por tráfico de droga com a falta de prisões de alta segurança.

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Lusa
17/04/2025 14:43 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

"Não temos prisões aqui para ter essa gente. Não temos ainda prisão de alta segurança. Infelizmente um deles morreu. É complicado", referiu Umaro Sissoco Embaló, à saída da reunião semanal do Conselho de Ministros.

 

Dois mexicanos, um colombiano e um equatoriano foram "transferidos para uma prisão dos Estados Unidos, à luz da cooperação judicial", segundo o Governo de Bissau.

A defesa estranha esta transferência sem que exista um acordo de extradição entre os dois países.

"O Governo decidiu, em colaboração com os Estados Unidos da América, extraditá-los. O Governo dos EUA pediu a extradição deles", declarou o Presidente guineense.

Embaló afirmou que se trata de um sinal que a Guiné-Bissau está a dar ao mundo e aos traficantes, que no passado realizavam as suas operações no país.

"Qualquer narcotraficante que apanharmos aqui, mesmo se for guineense, se pedirem, será enviado para lá. Não temos condições físicas de deter essas pessoas", sublinhou.

Este tipo de medidas, adiantou Sissoco Embaló "é a forma também de demonstrar aos narcotraficantes que a Guiné-Bissau deixou ser aquele narco-Estado".

"Quem for apanhado [no tráfico de droga] na Guiné-Bissau será enviado para o país que o reclamar", avisou o chefe de Estado guineense.

Os quatro prisioneiros foram levados para os Estados Unidos "a pedido" da agência federal dos EUA para o combate à droga - DEA (Drug Enforcement Administration) -, entidade que também colaborou com a Polícia Judiciária guineense na detenção, a 07 de setembro de 2004.

Foram capturados cinco pessoas, a bordo de um avião que vinha do México, mas, no dia 03 de março, um cidadão brasileiro morreu, de doença, num hospital de Bissau.

Os cinco foram condenados a pena de prisão efetiva de 17 anos.

Umaro Sissoco Embaló aproveitou as declarações aos jornalistas para esclarecer que a DEA não o vai prender, "como se ouve dizer por aí", em alusão às afirmações de ativistas políticos, nas redes sociais.

"As pessoas dizem que serei detido pela DEA. A DEA não prende ninguém, nem tem vocação para prender pessoas", observou o Presidente.

Vários ativistas políticos têm repetido que, a qualquer momento, Sissoco Embaló poderá ser detido pela DEA, pela sua alegada conexão com tráfico de droga.

Com um sorriso no rosto, Embaló acrescentou: "Mesmo nos Estados Unidos não têm mandato para prender pessoas. Quem tem essa competência pode ser FBI ou outro tipo de polícia que têm lá, mas em flagrante delito".

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