"A França, a Alemanha e o Reino Unido confirmam que o Instex realizou com sucesso a sua primeira transação e permitiu a exportação de material médico da Europa para o Irão", indicou o ministério alemão num comunicado.
"Agora que a primeira transação está concluída, o Instex e a sua contraparte iraniana, STFI, vão trabalhar noutras transações e aperfeiçoar o mecanismo", adiantou.
Em Teerão, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros tinha indicado a 14 de março ter recebido equipamento médico ou ajuda financeira de países como Alemanha, Azerbaijão, China, Emirados Árabes Unidos, França, Reino Unido, Japão, Qatar, Rússia e Turquia.
O Governo e a população do Irão "nunca esquecem os seus amigos em tempos difíceis", declarou então. A República Islâmica está a ser duramente atingida pela pandemia do novo coronavírus que já infetou mais de 40.000 pessoas e causou 2.757 mortos.
O Instex foi criado em janeiro de 2019 pelos europeus para contornar as sanções norte-americanas impostas ao Irão, evitando a utilização do dólar.
O mecanismo deve funcionar como uma "câmara de compensação", permitindo ao Irão continuar a vender petróleo e a importar em contrapartida outros produtos. Até ao momento não tinha permitido qualquer transação.
Aqueles três países europeus são signatários do acordo internacional nuclear com o Irão concluído em 2015 e muito fragilizado desde que os Estados Unidos abandonaram unilateralmente o pacto em 2018 e restabeleceram sanções económicas.
O complexo sistema de permuta Instex visa proteger as empresas que negoceiam com o Irão das sanções norte-americanas.
Um ano após Washington ter anunciado o restabelecimento das sanções, Teerão anunciou o incumprimento gradual de compromissos no âmbito do acordo internacional, o que tem vindo a cumprir para pressionar os restantes signatários do pacto (que incluem ainda a Rússia e a China) a compensarem o país pelas sanções norte-americanas.
O acordo internacional visa evitar que o Irão obtenha a bomba nuclear em troca do levantamento de sanções internacionais. Teerão sempre declarou que o seu programa nuclear não tinha quaisquer objetivos militares.