O Conselho de Segurança encontra-se parado há várias semanas devido a divergências entre os Estados Unidos e a China sobre a origem do vírus, que Washington quer colocar em evidência em todas reuniões ou textos.
A Rússia e a China estão reticentes em ver o Conselho de Segurança, encarregado de questões de paz e segurança no mundo, tomar conta do dossiê covid-19, que é, até agora, essencialmente uma questão sanitária e económica.
Para Pequim, falar da pandemia aquando das reuniões do Conselho sobre os diferentes conflitos existentes é suficiente, sem se necessário fazer disso um assunto transversal, explicou um diplomata.
Há uma semana, Macron tinha anunciado, sem detalhar, estar a preparar uma "iniciativa importante" com o homólogo dos EUA.
Segundo os diplomatas, a França discutiu quase diariamente com os restantes quatro parceiros com estatuto de membro permanente daquele órgão [Estados Unidos, Rússia, China e Reino Unido] um texto de uma resolução que sustentava o apelo do secretário-geral, António Guterres, para um cessar-fogo mundial imediato para facilitar a luta contra a pandemia.
A realização de uma videoconferência entre os cinco países poderá desbloquear o impasse provocado pelo braço de ferro entre os EUA e a China.
Exasperados em relação a esta 'paralisia' entre os cinco membros permanentes, os outros membros do Conselho de Segurança, não permanentes, sob a iniciativa da Alemanha, pediram na quinta-feira a António Guterres uma reunião com o tema da Covid-19.
Guterres, em conferência de imprensa, afirmou hoje que este encontro poderá realizar-se na próxima semana. Nenhuma data foi agendada até ao momento, mas esta reunião poderá acontecer apenas depois da cimeira dos cinco anunciada pela Casa Branca.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 55 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 200 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com cerca de 574 mil infetados e mais de 40 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, 14.681 óbitos em 119.827 casos confirmados até hoje.