Mazloum Abdi, líder das FDS, proclamou na rede social X que o seu movimento está "determinado a construir um futuro melhor que garanta os direitos de todos os sírios".
"Vemos este acordo como uma oportunidade real para construir uma nova Síria que inclua todas as suas componentes e assegure uma boa coabitação", adiantou, pouco depois do anúncio de que todas as instituições civis e militares pertencentes à administração autónoma curda seriam em breve integradas no Estado sírio.
A presidência síria emitiu uma declaração assinada por ambas as partes, especificando que o acordo abrangia "a integração de todas as instituições civis e militares do nordeste da Síria na administração do Estado sírio, incluindo as passagens fronteiriças, o aeroporto e os campos de petróleo e gás".
O entendimento reconhece que a comunidade curda é parte integrante do Estado sírio e garante os seus direitos constitucionais, no pressuposto da integração das instituições civis e militares curdas na administração do país.
O texto garante ainda "os direitos de todos os sírios à representação e participação no processo político", bem como nas instituições estatais, "independentemente da sua origem religiosa e étnica", segundo o texto da Presidência.
Outro ponto acordado por Mazloum Abdi e pelo Presidente de transição, Ahmed al-Charaa, implica "um cessar-fogo em todos os territórios sírios".
A região curda do país é atingida há três meses, desde a queda do regime de Bashar-al Assad, por uma ofensiva lançada por grupos armados apoiados pela Turquia para controlar o seu território.
O texto hoje divulgado prevê ainda o regresso às suas cidades e localidades de todos os sírios deslocados, que serão "protegidos pelo Estado", e apoio às novas autoridades na sua luta contra o anterior regime e "todas as ameaças à sua segurança e unidade".
A Síria vive um novo ciclo histórico após quase 14 anos de guerra civil, na sequência de uma operação militar relâmpago que depôs em 08 de dezembro de 2024 o regime de Bashar al-Assad, atualmente exilado na Rússia.
A ofensiva foi realizada por uma coligação de grupos armados rebeldes, liderada pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), de al-Charaa.
O acordo entre as novas autoridades de Damasco e as FDS ocorre no período de violência mais grave do país desde a quede de Assad, entre as forças de segurança e elementos da minoria alauita no noroeste do país, alegadamente fiéis ao antigo regime.
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