Ramdin era o único concorrente na corrida à sucessão do uruguaio Luis Almagro, depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros paraguaio, Rubén Ramírez Lezcano, ter retirado a sua candidatura face aos apoios obtidos pelo chefe da diplomacia surinamesa.
O Conselho Permanente da OEA, reunido em Washington com a presença de vários ministros dos Negócios Estrangeiros da região, optou por eleger Ramdin por aclamação em vez de votação.
O ministro surinamês, que foi vice-secretário-geral da organização entre 2005 e 2015, garantiu mais de 20 apoios na votação, na qual precisava de 18 para ser eleito.
A candidatura de Ramdin, de 67 anos, foi promovida principalmente pelos países das Caraíbas e pelos governos de esquerda da região, como o Brasil, a Bolívia, o Chile, a Colômbia, o México e o Uruguai.
Obteve ainda apoio dos executivos de centro e centro-direita da Costa Rica, Equador e República Dominicana.
Além disso, Ramdin contou com o apoio total da Comunidade das Caraíbas (Caricom), grupo de 14 países caribenhos que também são membros da OEA.
Num comunicado em que saudou o facto de pela primeira vez a organização ser presidida por um caribenho, a Caricom salientou que Ramdin tem "uma carreira que se distingue por uma vasta experiência em política externa e diplomacia", incluindo o mandato anterior como secretário-geral adjunto da OEA.
A maior parte dos países que manifestaram o seu apoio a Ramdin destacaram a sua capacidade de obter consensos após as fortes divisões no seio da organização que surgiram durante os dois mandatos de Almagro, que foi fortemente criticado pela esquerda regional pelo seu alinhamento com Washington.
Num contraste com o seu antecessor, algumas vezes acusado de excessivo alinhamento com a diplomacia norte-americana, Ramdin afirma estar empenhado no diálogo com o governo de Nicolás Maduro na Venezuela.
A tomada de posse do novo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) está prevista para maio.
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