Depois de semanas de medidas ligeiras no que toca às regras de confinamento social, o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, em comunicação pública esta segunda-feira, anunciou que o país deve esperar milhares de mortes durante a pandemia de Covid-19.
Tendo apenas imposto regras de distanciamento social, mas mantendo grande parte dos serviços abertos ao público - bares, restaurantes e escolhas, por exemplo - , com múltiplas críticas de diversos setores, mas sobretudo do da saúde, a abordagem sueca parece estar a mudar.
Proibindo concentrações de mais de 500 pessoas numa primeira fase, mas reduzindo esse número para 50 recentemente, apenas aos grupos de risco foi encorajado o auto-isolamento preventivo, impossibilitando-se, por exemplo, visitas a lares.
"Somos todos responsáveis pelo nosso bem-estar, pelo bem-estar dos nossos vizinhos e da comunidade local. Isto aplica-se numa situação normal e numa situação de crise", afirmou recentemente a ministra dos negócios estrangeiros, Ann Linde.
Porém, com a subida do número de casos, o tom discursivo tem vindo a alterar-se, uma vez que já se contabilizam quase 7 mil infetados (6830) e mais de 400 mortes confirmadas, num crescimento médio de 447 casos por dia na última semana, contra os 256 da semana anterior.
"Teremos mais pessoas seriamente doentes a precisar de cuidados intensivos. Vamos enfrentar milhares de mortes, temos de nos preparar para isso", começa por referir o chefe do governo local, para, de seguida, afastar qualquer cenário de pânico.
"Acho que não devemos dramatizar [as diferenças entre as abordagens de diversos países]. Estamos a fazer as coisas de forma diferente. Muitas vezes isto acontece porque estamos em fases diferentes da pandemia", explicou o governante.