O porta-voz do governo grego, Stelios Petsas, disse hoje que as autoridades gregas têm registado "sinais de atividade" nas costas turcas.
"Vamos continuar (...) a fazer o que for preciso para defender os nossos direitos soberanos e proteger as fronteiras da Grécia e da Europa", declarou ainda o representante do executivo helénico.
Confrontos entre a polícia fronteiriça grega e migrantes e requerentes de asilo foram registados em março passado na fronteira terrestre entre a Turquia e a Grécia, depois do governo turco ter anunciado, em final de fevereiro, que ia 'abrir as portas' (as suas fronteiras) para permitir a passagem a todas as pessoas que desejassem chegar à Europa, nomeadamente à zona da União Europeia (UE).
Após o anúncio de Ancara, milhares de pessoas convergiram para a fronteira terrestre greco-turca.
A decisão turca foi encarada então como uma forma de pressionar a Europa, bem como os aliados na NATO.
A 27 de março, a agência estatal turca Anadolu relatou que a Turquia estava a desmantelar o acampamento montado por milhares de migrantes e refugiados na fronteira greco-turca, entre as cidades de Pazarkule (Turquia) e Kastanies (Grécia).
Segundo descreveu na altura a agência, os migrantes que ainda permaneciam no acampamento tinham comunicado às autoridades turcas a sua intenção de sair do local e acabar com a espera para tentar entrar em território europeu.
Os migrantes foram transferidos, com recurso a autocarros, para vários centros de acolhimento, onde iam cumprir um período de quarentena (por causa da atual pandemia da covid-19) antes de serem levados para outras regiões da Turquia, precisou ainda a agência de notícias estatal.
Agora, e segundo Atenas, migrantes e requerentes de asilo estarão a concentrar-se nas costas turcas com a intenção de atravessar o Mar Egeu e alcançar as ilhas gregas aí localizadas (Lesbos, Chios, Samos, Kos e Leros).
As ilhas gregas foram o principal ponto de entrada da migração irregular para a Europa em 2019, segundo a Frontex (agência europeia da guarda de fronteiras e costeira).
Fontes oficiais do Ministério da Defesa grego, citadas pelas agências internacionais, indicaram que forças militares estão a vigiar as fronteiras terrestres e marítimas do país.