Putin diz que falta material de proteção e alerta para o pior cenário
O presidente da Rússia reconheceu hoje uma "escassez" de equipamentos de proteção para os profissionais de saúde russos, alertando que o país ainda não atingiu o pico do surto da covid-19 e deve preparar-se para o pior cenário possível.
© Reuters
Mundo Coronavírus
"Os especialistas (médicos) e os seus colegas devem receber o bónus previsto pelas suas condições de trabalho peculiares e devem estar equipados com meios de proteção individual", declarou Vladimir Putin durante uma reunião realizada por videoconferência, transcrita e publicada na página oficial da Presidência russa (Kremlin) na Internet.
"Sei que (esses meios) nem sempre são suficientes. Portanto, é claro, são necessárias medidas adicionais para suprimir essa escassez", prosseguiu o chefe de Estado russo, sem dar, no entanto, qualquer indicação sobre a dimensão da escassez de equipamentos de proteção individual que enfrenta aquele país.
A oposição russa, liderada por Alexei Navalny, tem publicado nas redes sociais nos últimos dias várias informações que denunciam a carência e a má qualidade dos equipamentos de proteção fornecidos aos profissionais de saúde.
Segundo os últimos dados oficiais, a Rússia contabiliza, até à data, 18.328 casos de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e 148 vítimas mortais.
Os dados relativos aos contágios representam uma subida de 2.558 casos nas últimas 24 horas, um número recorde desde que o primeiro caso da doença covid-19 foi detetado no território russo.
Na mesma reunião, Vladimir Putin admitiu que a situação não está a evoluir "na melhor direção" na Rússia e que o pico do surto ainda não foi atingido.
E afirmou que o país deve preparar-se e antecipar "quaisquer cenários, incluindo os mais difíceis e excecionais".
Para tal, Putin referiu que as autoridades devem estar preparadas para mobilizar e transferir profissionais e equipamentos médicos para várias regiões do país para responder ao rápido desenvolvimento da situação.
O Presidente russo ordenou ainda que as autoridades recrutassem elementos adicionais em universidades e escolas médicas.
Também presente na reunião por videoconferência, a vice-primeira-ministra russa e responsável pela pasta da Saúde, Tatiana Golikova, afirmou temer um aumento significativo dos casos de infeção na capital russa (Moscovo), atualmente o epicentro do surto na Rússia, e na região circundante, onde a propagação do vírus tem sido particularmente forte nos últimos dias.
Moscovo, onde os serviços de saúde estão sobrecarregados, lançou hoje um novo sistema de permissão de circulação para reforçar o controlo durante o confinamento naquela cidade.
A autorização pode ser obtida através da página oficial da autarquia na Internet e diz respeito às deslocações em automóvel ou em transportes públicos para trabalho, consultas médicas e deslocações a casas de campo.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, quase 400 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Atualmente, os Estados Unidos são o país que regista o maior número de mortes e de infetados.
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