"Tomámos a decisão de prosseguir com o recolher obrigatório durante os fins de semana e enquanto seja necessário", disse o Presidente num discurso transmitido em direto para cadeia televisiva NTV, depois de a medida ter vigorado no fim de semana passado.
"Quero dizer agora mesmo que desde a sexta-feira 17 de abril às 00:00 até às 00:00 de domingo 19, será aplicada a proibição de sair à rua", acrescentou Erdogan.
No passado fim de semana, e pela primeira vez desde o início da pandemia, a Turquia impôs um recolher obrigatório generalizado, mas pelo facto de ter sido anunciado apenas duas horas antes da entrada em vigor provocou uma saída massiva de cidadãos, que se aglomeraram nos estabelecimentos comerciais para se abastecerem de produtos alimentares.
Confrontado com as críticas à sua gestão da crise, o ministro do Interior, Süleyman Soylu, anunciou na noite de domingo a demissão, mas uma mensagem posterior da presidência indicava que Erdogan não aceitava a renúncia, decisão que hoje ratificou no seu discurso.
Erdogan assegurou que o Estado está a fornecer ajuda monetária a 4,5 milhões de pessoas em situação mais vulnerável e insistiu que a Turquia "não se submeterá a nenhuma imposição, incluindo as do Fundo Monetário Internacional".
O recolher obrigatório que se aplica a 31 das 81 províncias da Turquia, que em conjunto englobam cerca de 80% dos 83 milhões de habitantes do país, inclui todas as grandes cidades.
Esta medida implica o encerramento de toda a atividade comercial, à exceção de farmácias e padarias, e apenas permite a saída de casa dos trabalhadores de setores vitais, caso dos serviços de saúde e infraestruturas, transportes, hotéis, apoio a idosos e cuidados com animais.
A Turquia regista um recolher obrigatório desde meados de março para os maiores de 65 anos, e desde abril para os menores de 20 anos, e as autoridades pediram ao conjunto da população para evitar a saída de casa.
Após os 98 mortos hoje anunciados, a Turquia regista no total 1.296 vítimas provocadas pela covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, quase 400 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.