A surpreendente forma de contar casos de recuperação da infeção por Covid-19, no Chile impressiona, até fora de fronteiras: os mortos são incluídos no número de pessoas recuperadas.
Foi o próprio ministro da Saúde chileno, Jaime Mañalich [na imagem em segundo plano, ao lado do presidente Sebastían Piñera], quem revelou a metodologia para a contagem de recuperados numa conferência de imprensa, no passado dia 7 de abril, quando questionado pelos jornalistas.
"Em relação à quantidade de pacientes recuperados, na definição que temos utilizado a conselho de especialistas internacionais, temos 898 pacientes [número referente a 7 de abril] que já deixaram de contagiar, que não são uma fonte de contágio para outros, e que incluímos como recuperados. Aqui estão as pessoas que cumpriram 14 dias desde o diagnóstico ou que, infelizmente, tenham falecido", explicou Mañalich, conforme cita o La Tercera.
O "conselho de especialistas internacionais" estabeleceu a definição de recuperado segundo os critérios da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, mas no Chile interpretaram de uma forma mais abrangente.
Uma infecciologista chilena admite que "depois da morte, definitivamente, não se contagia ninguém" porque se está "dentro de um caixão". "Mas é, no mínimo, curioso que ponham os mortos no número de recuperados, quando deviam estar numa coluna separada nas estatísticas", acrescentou.
De acordo com os números da Universidade John Hopkins, o Chile contabiliza 82 mortes e mais de 7.500 casos de infeção por Covid-19.