"Confiamos e esperamos que o PP [Partido Popular] se junte a esta iniciativa", disse hoje a porta-voz do executivo espanhol, a ministra das Finanças, Maria Jesús Montero, acrescentando que o principal partido da oposição é uma "peça fundamental" no diálogo pretendido.
A responsável governamental insistiu que a participação do Partido Popular é "muito importante" para haver "denominadores comuns" que ajudem Espanha a enfrentar os próximos meses e anos com uma "grande aliança" a "remar na mesma direção".
Maria Jesús Montero informou que as conversas preliminares entre o chefe do Governo e todos os partidos com assento parlamentar que tiveram lugar na quinta-feira e hoje têm corrido de uma forma construtiva, havendo apenas dois que se recusaram a reunir-se com Sánchez: o Vox (extrema direita, terceiro maior partido) e a CUP (pequeno partido independentista catalão).
O Partido Popular tem sido um dos mais críticos da proposta do chefe do Governo, acusando-o de tentar encobrir a sua "incompetência" na gestão da crise da covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
Pedro Sánchez pretende reeditar um grande acordo de Estado semelhante aos chamados Pactos de Moncloa, um compromisso assinado no palácio com o mesmo nome, que é a sede do Governo espanhol, durante a transição democrática espanhola, em 25 de outubro de 1977, e que teve o apoio de partidos, associações empresariais e sindicais, com o objetivo de procurar estabilizar o processo de transição para o sistema democrático.
O chefe do executivo espanhol quer promover o desenvolvimento económico e social do país depois da crise provocada pela covid-19.
O FMI estimou na terça-feira uma recessão em Espanha de 8,0% do PIB em 2020 e uma taxa de desemprego que poderá alcançar 20,8%.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (33 mil) e mais casos de infeção confirmados (671 mil).
Seguem-se Itália (22.170 mortos, em 168.941 casos), Espanha (19.478 mortos, 188.068 casos), França (17.920 mortos, 165.027 casos), Reino Unido (14.576 mortos, 108.692 casos) e Bélgica (5.163 mortos, 36.138 casos).