Intervindo na Câmara dos Comuns, Starmer criticou o Governo britânico por ter sido "muito lento" e estar "muito atrás de outros países europeus" nesta área, afirmando que o país está muito aquém da meta de realizar 100 mil testes por dia até ao final do mês.
"Antes de ontem [segunda-feira] poderiam ter sido realizados 40 mil testes, mas só foram feitos 18 mil. Toda a semana ouvi queixas de funcionários de lares de idosos desesperados por obter testes para os residentes e para eles próprios", lamentou o sucessor de Jeremy Corbyn.
"Prometi que faríamos uma oposição construtiva, com a coragem de apoiar o Governo quando fosse apropriado. E todos nós queremos e precisamos que o Governo tenha sucesso em derrotar o coronavírus. Mas também temos de ter coragem de confrontar o governo quando pensamos que errou", vincou, na sua estreia como líder da oposição.
O ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro ministro de Estado, Dominic Raab, que substituiu Boris Johnson na sessão semanal de perguntas ao primeiro-ministro, prometeu um "aumento exponencial nos últimos dias" da capacidade de testes, graças ao envolvimento de empresas privadas e universidades.
"Os testes são uma parte muito importante da nossa estratégia de transição das atuais medidas de distanciamento social", vincou, confiante de que a meta de 100 mil testes por dia será alcançada.
O governo tem sido criticado pela falta de capacidade para testar mais pessoas com sintomas, tendo primeiro limitado os testes aos pacientes internados no hospital e só recentemente aos profissionais de saúde e familiares e outros trabalhadores essenciais.
Nos últimos dias, Raab disse que já estão a ser feitos testes a funcionários de lares de idosos, onde o número de mortos poderá ter chegado aos 7.500, segundo uma organização do setor, Care England, apesar de as estatísticas oficiais apenas terem identificado 1.043 óbitos em lares de terceira idade.
O último balanço, divulgado na terça-feira pelo ministério da Saúde britânico, contabilizou 17.337 mortos e 129.044 casos de contágio durante a pandemia covid-19, tendo realizado até agora 535.342 testes.
O debate de hoje marcou a estreia do formato híbrido do parlamento, com alguns deputados sentados nas bancadas, mas separados por vários lugares vazios, e outros deputados a participar por videoconferência.
Esta versão "virtual" dos trabalhos parlamentares foi estabelecida para funcionar temporariamente durante a pandemia de covid-19.