Um estudo levado a cabo por um grupo de investigadores de Hong Kong aponta para que, a certo ponto, o número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus na China tenha sido quatro vezes superior àquele que foi divulgado pelas autoridades.
O número oficial de diagnósticos positivos distribuídos no país asiático até ao passado dia 20 de fevereiro era de 55.508, mas, refere o estudo publicado na plataforma Lancet, este registo poderá ter rondado, na verdade, os 232 mil.
Para chegar a esta conclusão, os investigadores examinaram "mudanças na definição de caso para Covid-19 na China durante a primeira vaga da epidemia" e usaram "modelos de crescimento exponencial para estimar como as mudanças nas definições de caso afetaram o número reportado".
"Depois, inferimos como a curva da epidemia teria evoluído se a mesma definição de caso tivesse sido usada durante toda a epidemia", refere o documento, que recorda que os critérios para diagnosticar a doença foram alterados sete vezes entre 15 de janeiro e 3 de março.
O grupo de investigadores avisa, no entanto, que "o número real de infeções pode ser ainda maior do que o atualmente estimado, tendo em conta a hipótese de sub-deteção de algumas infeções, particularmente dos casos ligeiros e assintomáticos".