Arancha González Laya, que falava aos jornalistas após a cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), frisou que o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, defendeu a proposta que anunciou no princípio da semana, de um fundo "ambicioso", financiado com dívida perpétua, vinculado ao orçamento europeu.
A ministra admitiu que "não houve consenso completo" quanto às modalidades desse fundo, mas destacou os progressos alcançados quanto a essa vinculação e à "robustez" do fundo, apontando uma "mudança de tom" no diálogo e "o princípio de uma dinâmica de negociação".
Espanha tinha pedido que o fundo tenha um montante de 1 a 1,5 biliões de euros e, disse a ministra, foi um valor "à volta desse que gravitou na discussão no Conselho".
A principal divergência entre os líderes europeus prendeu-se com a forma como o fundo será distribuído, com uns a defenderem transferências, ou subvenções, e outros empréstimos.
A ministra afirmou que Espanha, como outros parceiros europeus, defendeu a opção por transferências para "evitar o sobreendividamento" de alguns países, "fomentar a solidariedade" europeia e assegurar o funcionamento do mercado interno.
Pedro Sánchez defendeu também no Conselho a necessidade de um orçamento europeu "mais ambicioso" e centrado na coesão.
O primeiro-ministro espanhol sublinhou ainda a importância de a UE dotar-se de instrumentos que permitam ajudar a recuperação de países vizinhos e outros parceiros, que também serão afetados pela crise.
Arancha González Laya citou os casos de África e da América Latina.
Os chefes de Estado e de Governo da UE, reunidos hoje por videoconferência, encarregaram a Comissão Europeia de apresentar urgentemente uma proposta de fundo de recuperação da economia europeia para superar a crise provocada pela pandemia de covid-19, associado ao próximo Quadro Financeiro Plurianual, o orçamento europeu para 2021-2027, que será também objeto de uma nova proposta da Comissão.
O Conselho Europeu aprovou também o pacote de emergência de resposta à crise acordado há duas semanas pelo Eurogrupo, no montante global de 540 mil milhões de euros, indicando que o mesmo esteja operacional a 01 de junho.