Oposição satisfeita com reconhecimento de Presidente pela CEDEAO

O líder do Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (Madem-G15), Braima Camará, disse hoje ter registado com "bastante satisfação" a posição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que reconheceu Umaro Sissoco Embaló como Presidente do país.

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Lusa
24/04/2020 18:14 ‧ 24/04/2020 por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

"O Madem-G15 congratula-se com este clarividente posicionamento da CEDEAO por traduzir não só o respeito escrupuloso da vontade soberana do povo guineense expressa de forma livre e democrática nas urnas, nas últimas eleições presidenciais", mas também por demonstrar o compromisso da organização com os "valores da liberdade, justiça eleitoral e do Estado de direito democrático", disse, em comunicado, Braima Camará.

O Madem-G15, o segundo partido mais votado, apoiou Umaro Sissoco Embaló nas eleições presidenciais da Guiné-Bissau.

No comunicado, o líder do Madem-G15 criticou também o candidato às presidenciais Domingos Simões Pereira, considerando que teve uma "postura antidemocrática", que "desacreditou" a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e "fragilizou" o Supremo Tribunal de Justiça.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reconheceu quinta-feira Umaro Sissoco Embaló como vencedor da segunda volta das eleições presidenciais da Guiné-Bissau e pediu a formação de um novo Governo até 22 de maio.

Na sequência do anúncio da CEDEAO, a União Europeia elogiou a decisão da organização sub-regional africana por ter resolvido o impasse que persistia no país.

O primeiro-ministro português António Costa também saudou o reconhecimento internacional de Umaro Sissoco Embaló como Presidente guineense, subscrevendo a posição da CEDEAO, apesar de a sua vitória nas presidenciais ainda ser contestada.

A Guiné-Bissau tem vivido desde o início do ano mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela CNE, se ter autoproclamado Presidente do país, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), não aceitou a derrota na segunda volta das presidenciais de dezembro.

Umaro Sissoco Embaló tomou posse numa cerimónia dirigida pelo vice-presidente do parlamento, Nuno Nabian, que acabou por deixar aquelas funções, para assumir a liderança do Governo nomeado pelo autoproclamado Presidente.

O Governo demitido por Umaro Sissoco Embaló, do primeiro-ministro Aristides Gomes (PAIGC), mantém o apoio da maioria no parlamento da Guiné-Bissau.

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