Trump não quer "perder tempo" com conferências de imprensa diárias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou hoje que não vale a pena "perder tempo" nem em conferências de imprensa diárias relativas à pandemia de covid-19, em que apenas são colocadas "questões hostis".

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Lusa
26/04/2020 12:19 ‧ 26/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

"Qual é o objetivo de ter conferências de imprensa na Casa Branca quando a comunicação social não faz senão questões hostis e depois não relata a verdade e os factos com precisão", escreveu Trump na sua conta do Twitter.

"O povo americano não tem senão falsas notícias. Assim não vale o tempo nem o esforço", acrescentou.

O 'tweet' do presidente norte-americano surge dois dias depois de, numa conferência de imprensa, ter feito defendido que se devia investigar a possibilidade de tratar a doença injetando desinfetante no corpo.

"Considero que o desinfetante o trata [o novo coronavírus] num minuto. Será possível haver uma injeção?", questionou.

Logo na sexta-feira, a Casa Branca esclareceu que o presidente foi mal interpretado e o próprio afirmou que se tinha expressado "de forma sarcástica", terminando a conferência de imprensa ao fim de 20 minutos sem direito a questões pelos jornalistas.

A hipótese de terminar com as conferências de imprensa surge também numa altura em que a Casa Branca prepara o plano para retomar a economia.

Depois de 50 conferências de imprensa em dois meses, no sábado não houve o habitual 'briefing' na Casa Branca.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (53.511) e mais casos de infeção confirmados (mais de 930 mil).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

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