"Decidi adotar medidas graduais de desconfinamento", indicou Buhari durante um discurso televisivo, no qual explicou que o recolher noturno será "entre as 20:00 e as 06:00".
A Nigéria contabiliza 1.273 infetados e 40 óbitos pelo novo coronavírus, mas tem sido criticada pelo número reduzido de testes realizados, naquele que é o país mais populoso do continente africano, com cerca de 200 milhões de habitantes.
"As fronteiras interestaduais permanecerão fechadas, exceto para as necessidades básicas", ressalvou o chefe de Estado, acrescentando: "Imporemos o uso de máscaras em locais públicos, bem como medidas de distanciamento social".
As novas medidas não serão aplicadas no estado de Kano, situado no norte do país, que registou, nos últimos dias, um grande número de "mortes misteriosas", que carecem de autópsia, de acordo com as autoridades locais.
As medidas de contenção do surto de covid-19 desencadearam tensões sociais na Nigéria e vários alertas têm sido feitos na África subsariana contra medidas que não são aplicáveis no contexto socioeconómico do continente, onde a maioria da população vive em extrema pobreza.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 207 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.423 nas últimas horas, com 31.933 casos da doença registados em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.