Os presos foram mortos a tiro durante um confronto, desencadeado na segunda-feira, com as autoridades na prisão Miguel Castro Castro, no distrito de San Juan de Lurigancho, a este de Lima, estando sob investigação os autores dos disparos mortais.
Os detidos de pelo menos três pavilhões da prisão queimaram colchões e outros objetos, tendo também afixado cartazes nas janelas com as suas petições, segundo imagens difundidas pelos meios de comunicação locais.
Alguns dos cartazes apresentavam mensagens como "Direito à vida" e "Queremos viver, mas fora destes muros".
Na segunda-feira, o chefe do Instituto Nacional Penitenciário (INPE) do Peru, Gerson Villar, explicou à rádio peruana RPP Notícias que os presos criaram o motim para pedirem o alargamento dos crimes que serão considerados para obter a liberdade e para reclamar medicamentos.
A autoridade que tutela as prisões peruanas confirmou a morte de dois presos infetados por covid-19 na penitenciária Miguel Castro Castro e que os corpos foram trasladados por uma equipa do Ministério da Saúde.
Outros cinco presos foram retirados devido ao seu estado de saúde, estando a aguardar o resultado dos testes à pandemia da covid-19, revelou também Gerson Villar.
As prisões sobrelotadas do Peru têm sido muito afetadas pelo surto do novo coronavírus, com pelo menos 13 óbitos e mais de 500 infetados entre os prisioneiros, com cerca de 100 trabalhadores a contraírem também a doença.
Os governos sul-americanos reportaram cerca de 1.400 casos confirmados de infeção por covid-19 em prisões, embora haja críticas de que de que não estão a ser efetuados testes suficientes.
Na América do Sul, o Peru é o segundo país mais afetado pela pandemia da covid-19, atrás do Brasil, contabilizando 31.190 casos de infeção, dos quais 854 morreram.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 214 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 840 mil doentes foram considerados curados.