Três dias depois de afirmar que existe um "número significativo de provas" de que o novo coronavírus é proveniente de um laboratório na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto viral, Mike Pence recuou e admite agora que os Estados Unidos "não têm certezas" sobre a origem do vírus.
"Não temos certezas", disse o secretário de estado dos EUA numa conferência de imprensa, esta quarta-feira, mantendo, porém, que não existe contradição com o que afirmou no fim de semana. "E existem provas significativas que o vírus saiu de um laboratório. As duas afirmações podem ser verdadeiras. Fiz as duas", acrescentou, citado pela CNN.
Esta posição de Mike Pence tem sido alvo de crítica, até de dentro da administração norte-americana. Sublinhe-se que, na semana passada, as agências de informação dos Estados Unidos concluíram que o novo coronavírus "não foi criado por humanos nem foi geneticamente modificado", continuando, porém, a analisar a hipótese de um acidente num laboratório chinês.
Ainda assim, no fim de semana passado, Pence dizia que havia "imensas provas" de que o vírus saíra de um laboratório chinês. "A China é conhecida pela sua propensão para infetar o mundo e por utilizar laboratórios que não respeitam as normas", disse ainda o chefe da diplomacia norte-americana.
Esta quarta-feira, o Governo chinês já tinha reagido às acusações de Pence, afirmando que o secretário de Estado norte-americano "não pode apresentar evidências" de que o novo coronavírus tenha saído de um laboratório chinês "porque não as possui".