Covid-19: Itália tem 700 mil crianças com dificuldades alimentares

Cerca de 700.000 crianças na Itália estão a passar dificuldades alimentares, devido à pandemia de covid-19 que afetou as suas famílias e encerrou cantinas escolares, disse hoje uma organização agrícola.

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Lusa
10/05/2020 13:30 ‧ 10/05/2020 por Lusa

Mundo

Pandemia

 

"O número de crianças com menos de 15 anos que precisam de ajuda com leite ou comida aumentou para 700.000", disse a principal organização agrícola em Itália, Coldiretti, num comunicado hoje divulgado.

"A situação crítica ligada à pandemia piorou em muitas famílias devido ao encerramento de escolas onde as cantinas eram uma oportunidade para muitos garantirem aos filhos uma refeição quente", acrescentou a união agrícola.

Entre os novos pobres estão "as famílias daqueles que perderam os seus empregos sazonais, os pequenos comerciantes ou artesãos que tiveram que fechar, as pessoas em empregos clandestinos que não conseguem aceder a subsídios especiais ou ajuda pública e não têm meios de subsistência, bem como muitos trabalhadores temporários ou casuais", diz o comunicado da Coldiretti.

As dificuldades são comuns em toda a Itália, mas as regiões mais afetadas estão no sul: 20% dos pobres estão na Campânia, 14% na Calábria e 11% na Sicília.

A pandemia provocou uma enorme onda de solidariedade na Itália, onde centenas de organizações de caridade estão ativas em todo o país.

Quase quatro em cada dez italianos (39%) disseram participar de ações de solidariedade, doando dinheiro ou pacotes de alimentos, segundo uma sondagem da organização agrícola.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 279 mil mortos e infetou mais de 4,03 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

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