Autoridades sanitárias guineenses pedem isolamento de Bissau
O presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública da Guiné-Bissau, Dionísio Cumba, pediu hoje o isolamento da capital do país, Bissau, por ser o principal foco de infeção.
© Lusa
Mundo Covid-19
Na conferência de imprensa diária sobre a evolução do novo coronavírus no país, o médico guineense e coordenador do Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES) pediu às autoridades políticas para isolarem a cidade de Bissau, por ser, a par das localidades de Cumura e Bor, nos arredores da capital, principal foco da infeção.
O médico defendeu que os casos de infeção pela covid-19 vão continuar a aumentar "porque a maioria de guineenses ainda não está a levar à serio a doença".
Em declarações à Lusa, no sábado, Dionísio Cumba já tinha defendido o prolongamento do estado de emergência no país, que termina segunda-feira, e a imposição de medidas mais restritivas.
O COES elevou hoje para 726 os casos registados com infeção por covid-19 no país.
Nas últimas 24 horas foram registados mais 85 casos positivos, elevando para 726 o número de infeções registadas, incluindo 26 recuperados e três mortos.
Dionísio Cumba explicou que a "situação tende a agravar-se".
O médico disse também que há 16 pessoas internadas no Hospital Nacional Simão Mendes, principal unidade hospitalar do país, cinco das quais estão em estado grave e a necessitar de oxigénio induzido.
Para fazer face ao novo coronavírus, as autoridades guineenses encerraram também as fronteiras, serviços não essenciais, incluindo restaures, bares e discotecas e locais de culto religioso, proibiram a circulação de transportes urbanos e interurbanos e limitaram a circulação de pessoas ao período entre as 07:00 e as 14:00 horas.
O Presidente guineense poderá prolongar o estado de emergência, que termina segunda-feira, e impor medidas mais restritivas devido ao aumento de casos no país.
O número de casos da covid-19 em África ultrapassou hoje os 60 mil e 2.223 pessoas morreram em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (726 casos e três mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (439 e quatro mortos), Cabo Verde (246 e duas mortes), São Tomé e Príncipe (212 casos e cinco mortos), Moçambique (91) e Angola (43 infetados e dois mortos).
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 279 mil mortos e infetou mais de quatro milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.
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