Steinmeier, que falava à imprensa em Berlim durante a inauguração de um hospital dedicado ao tratamento de doentes infetados com o novo coronavírus, apelou a todos para que tentem "não ignorar" os factos que obrigaram à imposição de "restrições temporárias" de movimentos e rejeitem "teorias desfasadas da realidade".
O Presidente alemão aludia a teorias da conspiração sobre o surgimento do vírus e as medidas tomadas para travar a sua propagação, frequentemente citadas por participantes nos referidos protestos, que, segundo a imprensa alemã, mobilizam extremistas de direita e de esquerda, antissemitas e adeptos das teorias da conspiração.
Steinmeier frisou que a democracia "precisa de críticas e vive de um público crítico", mas defendeu que a discussão deve ser baseada em "factos e números" e "utilizar a razão" para ultrapassar a crise sanitária.
A Alemanha é o quinto país da Europa com mais casos de infeção pelo coronavírus, depois da Rússia, Espanha, Reino Unido, e Itália, e o oitavo em todo o mundo, depois dos Estados Unidos, Rússia, Espanha, Reino Unido, Itália, França e Brasil.
Dos 172.239 casos de infeção registados até agora, 150.300 doentes recuperaram e 7.723 morreram.
Os protestos contra o confinamento começaram em meados de Berlim, mas de lá para cá têm contado com um número crescente de participantes, atualmente milhares, e uma presença cada vez maior de extremistas.
Para o próximo sábado estão convocadas várias manifestações.