Estados Unidos acusam China de piratear estudos sobre a pandemia

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, condenou hoje os ataques informáticos alegadamente perpetrados por piratas informáticos chineses visando informações sobre vacinas e tratamentos em teste no país contra o covid-19.

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Lusa
14/05/2020 20:47 ‧ 14/05/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Em comunicado, Pompeo exortou a China a "interromper as suas atividades maliciosas" e considerou os ataques cibernéticos contra "a propriedade intelectual dos Estados Unidos e dados relacionados com investigações sobre a covid-19" apenas uma "extensão das suas ações contraproducentes durante a pandemia".

Com estas palavras, o Governo de Donald Trump vem secundar o relatório revelado na véspera pelo FBI e a Agência de Segurança de Infraestrutura e Segurança Cibernética (CISA), dando conta da existência de ataques cibernéticos contra centros de investigação nos Estados Unidos, com as suspeitas a recaírem em piratas informáticos chineses.

Esse reconhecimento é significativo porque, em outras ocasiões, o executivo norte-americano atacou as agências de inteligência que agem de forma independente.

"Enquanto os Estados Unidos e os seus aliados estão a coordenar uma resposta coletiva e transparente para salvar vidas, a China continua a silenciar cientistas, jornalistas e cidadãos, e espalhar desinformação, o que exacerbou os perigos dessa crise de saúde", acrescentou Pompeo.

A crise da saúde aumentou a tensão entre Washington e Pequim, à medida que o governo norte-americano alimenta a hipótese de responsabilidade da China na disseminação da pandemia, por alegadamente  "esconder" informações sobre a "gravidade" do coronavírus, a que Trump se refere como o "vírus chinês".

Além disso, a Casa Branca defende a hipótese de que o coronavírus foi produzido num laboratório na cidade chinesa de Wuhan, foco inicial da pandemia, algo que rejeita grande parte da comunidade científica e da Organização Mundial da Saúde (OMS), para quem a pandemia tem uma "origem animal".

Os Estados Unidos continuam a ser o maior foco mundial da nova pandemia de coronavírus em termos absolutos, com quase 1,4 milhão de casos e pelo menos 84.000 mortes, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 297 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.

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