Serviços sanitários espanhóis avisam que um novo surto é possível

Os serviços sanitários espanhóis alertaram hoje em Madrid para o risco de um ressurgimento de um surto de covid-19, devido à taxa de apenas 5% de imunidade da população à doença revelada por um estudo de prevalência.

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Lusa
15/05/2020 14:35 ‧ 15/05/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"O risco de um novo surto de coronavírus com um impacto semelhante ao que tivemos em muitas partes da Espanha é possível", advertiu hoje o diretor dos serviços de Alerta e Emergências Sanitárias do Ministério da Saúde espanhol, Fernando Simón.

O responsável dos serviços sanitários fez esta advertência durante a videoconferência de imprensa em que apresentou os últimos dados sobre o avanço da pandemia no país.

De acordo com um estudo de prevalência revelado na terça-feira, que foi feito com uma amostra de quase 70.000 pessoas, apenas 5% dos espanhóis foram infetados até agora com o novo coronavírus.

Os números revelam uma grande disparidade geográfica em todo o país, com Sória (Castela-Leão) a ter uma percentagem de pessoas infetadas superior a 14%, a mais elevada em Espanha; Madrid com mais de 11%; e Múrcia, Astúrias e Canárias abaixo dos 2%.

Por outro lado, os especialistas consideram que a percentagem nacional de 5% é demasiado baixa para impedir um ressurgimento, no futuro, da pandemia, estimando que seria necessário um mínimo de 60% de prevalência para evitar de forma segura esse cenário.

Mesmo assim, Fernando Simón assegurou que o risco de um novo surto é mais baixo do que há alguns meses, porque agora sabe-se mais sobre o vírus, os técnicos estão mais bem preparados e as medidas de prevenção "vão ser esticadas no tempo para que este risco permaneça muito baixo por muito tempo".

Espanha registou 138 mortes devido à pandemia de covid-19 nas últimas 24 horas, uma diminuição significativa em relação às 217 de quinta-feira e um número que volta a ser inferior à barreira de 200 óbitos.

De acordo com o Ministério da Saúde espanhol, o país contabilizou um total de 27.459 óbitos desde que a doença foi declarada.

Segundo os números divulgados hoje, há 549 novos casos com a doença, elevando para 230.183 o total de infetados confirmados até hoje pelo teste PCR, o mais fiável na deteção do novo coronavírus.

Os dados diários indicam ainda que, nas últimas 24 horas, foram hospitalizados 346 doentes, num total de 124.571 pessoas que precisaram de ser internadas.

Em comparação com os dados totais de quinta-feira, hoje houve um aumento de 0,24% de novos casos com a doença e de 0,5% de óbitos.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 302 mil mortos e infetou mais de 4,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (85.906) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,4 milhões).

Seguem-se o Reino Unido (33.614 mortos, mais de 233 mil casos), Itália (31.368 mortos, mais de 223 mil casos), Espanha (27.459 mortos, mais de 230 mil casos) e França (27.425 mortos, mais de 178 mil casos).

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