"Ao início, havia muitos jogadores que eram contra, mas agora há outro entendimento por parte deles para se retornar, obviamente sem fãs", disse Jair Bolsonaro durante a transmissão do seu programa semanal pela rede social Facebook.
Segundo o presidente, que durante a mensagem minimizou a pandemia de covid-19, "o Ministério da Saúde é a favor de se pronunciar nesse sentido", para que os campeonatos de futebol voltem, e "isso ainda ajuda a manter as pessoas em casa e sem 'stress'".
"Os jogadores querem voltar a jogar e é isso que importa, porque não sabemos quanto tempo esta pandemia vai durar. Desporto é vida e saúde", acrescentou Bolsonaro, que se reuniu na quinta-feira com o prefeito do Rio de Janeiro, o pastor evangélico e aliado Marcelo Crivella.
Embora Marcelo Crivella tenha dito que apenas as atividades de fisioterapia dos clubes do Rio de Janeiro eram permitidas, o campeão e vencedor da Taça Libertadores Flamengo, do treinador português Jorge Jesus, já regressou aos treinos.
"Conversamos sobre o regresso do futebol e, no que toca ao Rio de Janeiro, está nas mãos dele [Marcelo Crivella] autorizar o retorno do Campeonato Carioca. Espero que também comece nos outros estados", afirmou o chefe de Estado brasileiro.
Na terça-feira, Jair Bolsonaro alertou que, sem patrocínios, receitas e transmissões televisivas, os clubes da segunda divisão iriam à falência e os da primeira, como Flamengo e Palmeiras, "com folhas de pagamento mensais de quinze milhões de reais [cerca de 2,4 milhões de euros], passariam por problemas financeiros".
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu indicações para iniciar a Liga, que estava inicialmente prevista para maio, no final de junho. No entanto, não há ainda um plano detalhado de como será feito, nem sobre a presença do público.
Os campeonatos de futebol de França, Países Baixos, Bélgica e Escócia foram cancelados, enquanto outros países preparam o regresso à competição, com fortes restrições, como sucede em Inglaterra, Itália, Espanha e Portugal, que tem o reinício da I Liga previsto para 04 de junho, depois de a Liga alemã ter sido retomada no sábado.
A declaração de Jair Bolsonaro sobre o regresso do futebol ocorreu quase paralela à divulgação pelo Ministério da Saúde de um novo boletim diário sobre o coronavírus no país sul-americano.
O Brasil registou 1.188 óbitos por covid-19 nas últimas 24 horas, um novo máximo diário desde o início da pandemia do novo coronavírus, elevando o saldo total de óbitos para 20.047 óbitos.
Os casos confirmados de novo coronavírus aumentaram para 310.087 no país, após um aumento de 18.508 infeções no último dia.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 330 mil mortos e infetou mais de cinco milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,8 milhões de doentes foram considerados curados.