França acolhe primeiros 50 migrantes menores vindos da Grécia em julho

A França irá acolher no início de julho os primeiros 50 migrantes menores não acompanhados vindos de campos de refugiados na Grécia, depois deste programa de realocação ter sofrido atrasos devido à atual pandemia, anunciou hoje o governo grego.

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Lusa
25/05/2020 20:55 ‧ 25/05/2020 por Lusa

Mundo

Migrações

"Os procedimentos de realocação que pararam temporariamente devido à crise sanitária [provocada pelo novo coronavírus] vão recomeçar o mais breve possível", disse o ministro delegado para a política migratória e de asilo, Georges Koumoutsakos, num comunicado.

Em janeiro passado, a Grécia e a França tinham acordado a realocação de 400 requerentes de asilo que se encontram nos campos de refugiados sobrelotados nas ilhas gregas no Mar Egeu (próximas da Turquia), locais maioritariamente marcados por condições de vida muito precárias e condições sanitárias muito débeis.

A par destes 400 requerentes de asilo, o comunicado do executivo grego menciona também a realocação de um total de 350 menores não acompanhados.

"A crise do coronavírus interrompeu as realocações que estavam programadas, mas a França continua comprometida com as promessas assumidas para com a Grécia", afirmou o embaixador francês em Atenas, Patrick Maisonnave, após um encontro com o ministro helénico.

A sobrelotação dos campos de processamento e de acolhimento para migrantes nas ilhas gregas no Mar Egeu (Lesbos, Chios, Samos, Kos e Leros), também conhecidos como 'hotspots', é um grande fator de preocupação, uma vez que estes espaços acolhem cerca de 40 mil pessoas em instalações com capacidade total para apenas cerca de seis mil pessoas.

Segundo as autoridades gregas, cerca de 5.200 migrantes menores não acompanhados vivem atualmente naquele país, a grande maioria em condições insalubres e impróprias para crianças e jovens.

Perante tal situação, o governo da Grécia pediu aos parceiros europeus que recebessem 1.600 destes cerca de 5.200 refugiados menores não acompanhados.

Foram vários os países, dentro e fora da União Europeia (UE), que aceitaram participar neste programa voluntário de realocação, sendo que um deles foi Portugal.

No passado dia 13 de maio, o Governo português anunciou que os primeiros 25 menores não acompanhados vindos de campos de refugiados na Grécia chegam ao país na primeira quinzena de junho, ficando o acolhimento sob a responsabilidade da Cruz Vermelha Portuguesa.

"O acolhimento das primeiras 50 crianças será assegurado pela Cruz Vermelha Portuguesa e o primeiro grupo de 25 crianças chegará na primeira quinzena de junho", disse, nesse dia, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no decurso de uma audição parlamentar.

Na mesma ocasião, a ministra referiu que Portugal respondeu "de forma positiva" a um apelo da Grécia para o acolhimento, oferecendo-se para acolher "500 menores não acompanhados reconhecendo a sua especial vulnerabilidade".

"A resposta consiste num acolhimento temporário, entre três a seis meses, acautelando todo o apoio e intervenção inicial que estas crianças possam necessitar e depois um encaminhamento para uma resposta mais adequada aos seus perfis, às suas expectativas e na verdade também à idade que tenham", disse ainda a ministra.

A par de Portugal e França, também a Alemanha, Bélgica, Bulgária, Croácia, Finlândia, Irlanda, Lituânia, Sérvia e Suíça responderam ao apelo de Atenas.

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