A propagação do novo coronavírus entre os refugiados sírios ou palestinianos instalados no Líbano está a constituir uma fonte de preocupação para as organizações não-governamentais (ONG) no terreno.
Apesar de as duas comunidades viverem numa situação de grande precariedade, referem as ONG, ambas têm sido algo poupadas na contaminação, com um pequeno número de casos.
"Há 15 casos de covid-19 confirmados entre os refugiados sírios em Majdal Anjar", no Vale de Bekaa, no leste do Líbano, indicou à agência noticiosa France-Presse (AFP) a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Lisa Abou Khaled.
"Todos vivem no mesmo edifício. O ACNUR e os diferentes parceiros estão a fornecer alimentação e 'kits' de desinfeção aos refugiados afetados ou não, tendo os infetados sido colocados em isolamento para os ajudar a responder às necessidades essenciais", acrescentou.
Segundo Lisa Abou Khaled, nas próximas semanas o ACNUR vai coordenar a realização de milhares de testes de despistagem do novo coronavírus tanto nos campos de refugiados informais como nos abrigos coletivos.
As estatísticas governamentais recensearam vários cidadãos sírios infetados pela covid-19 em território libanês, mas o ACNUR só tinha registado um refugiado oriundo da Síria, que, no entanto, não reside num centro de acolhimento.
Seis refugiados palestinianos foram também infetados com o novo coronavírus, mas no centro de acolhimento da cidade de Baalbeck (leste do Líbano), igualmente no Vale de Bekaa.
As ONG no terreno estão "preocupadas", contudo, com a elevada densidade de população nos campos de refugiados, em que as famílias vivem em situação precária e dentro de espaços exíguos.
No Líbano, até hoje, foram oficialmente registados 1.140 casos de covid-19, tendo morrido 26 pacientes.
Segundo dados das Nações Unidas, o pequeno país de 4,5 milhões de habitantes acolhe cerca de 1,5 milhões de refugiados sírios e perto de um milhão de palestinianos.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 provocou mais de 350 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.