Durante a noite de quarta-feira, milhares de pessoas voltaram a sair às ruas para protestar contra a morte de um homem negro sob custódia policial em Minneapolis, nos Estados Unidos, em protestos que acabaram em confrontos com a polícia.
Para conter os protestos a polícia disparou balas de borracha e granadas de gás lacrimogéneo, tendo alguns manifestantes saqueado armazéns Target e incendiado uma loja de componentes automóveis.
Na madrugada, um homem foi encontrado morto, à porta de uma loja de penhores na zona onde deflagraram os confrontos, disse John Elder, porta-voz das autoridades de Minneapolis.
Segundo a polícia, o homem terá sido baleado por um dono de loja, que se tentava proteger de tentativa de saque, mas as investigações ainda não confirmaram essa teoria.
As televisões locais relataram a existência de incêndios em várias empresas, sem que os bombeiros tenham podido acudir, pela violência que tomara conta das ruas.
Em diversas lojas, foram pintadas obscenidades nas paredes e muitas revelavam sinais de terem sido saqueadas pela multidão que tomou conta das ruas do sul de Minneapolis, durante os distúrbios.
Os manifestantes tinham começado a reunir-se no início da tarde de quarta-feira, na parte sul da cidade, onde George Floyd, de 46 anos, tinha sido morto, depois de um polícia se ter ajoelhado sobre o seu pescoço, até ele ficar inconsciente.
A polícia alegou que o homem resistiu à prisão, mas novas imagens, captadas pelas câmaras do restaurante em frente ao qual ocorreu a detenção, mostraram Floyd a ser conduzido para a viatura policial, de mãos algemadas nas costas e sem oferecer resistência.
"Todos assistimos à horrível morte de George Floyd em vídeo, enquanto as testemunhas pediam ao agente que o levasse para dentro do carro da polícia, deixando de pressionar o seu pescoço. Esse uso abusivo, excessivo e desumano da força custou a vida a um homem detido pela polícia por questionar uma acusação não violenta", declarou o advogado Ben Crump, reconhecido na área dos direitos civis e danos pessoais, que disse ter sido contratado pela família de Floyd.
A chefe da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, disse que o departamento vai conduzir uma investigação interna completa e também a Procuradoria e o FBI disseram que farão inquéritos separados para tentar apurar responsabilidades na morte de George Floyd.
O governador de Minnesota, Tim Walz, já considerou a situação como sendo "extremamente perigosa", apelando às pessoas para não saírem à rua naquela zona da cidade de Minneapolis.