"A protec¸a~o individual e´ uma prioridade nacional, pelo que temos vindo a reforc¸ar o stock no pai´s, atrave´s de compras e donativos. Com esta aquisic¸a~o de materiais de protec¸a~o individual, entre ma´scaras, luvas, batas, e outros, garantimos ao pai´s um stock razoa´vel de equipamentos para os pro´ximos meses", afirmou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, numa mensagem divulgada durante a tarde.
Depois de sucessivos adiamentos na entrega, esta encomenda, cuja operação logística foi organizada pela portuguesa Portocargo, o Governo cabo-verdiano anunciou na quarta-feira a previsão de chegada da carga à ilha do Sal ao início da manhã de hoje - 08:50 (10:50 de Lisboa) -, para, pouco depois, divulgar que, por "motivos operacionais", o voo estava "suspenso".
"Com satisfac¸a~o acabo de ser informado que chegaram ao pai´s, provenientes da China, 40 toneladas de EPI, para o reforc¸o no abastecimento de todas as estruturas de sau´de nacionais, da Poli´cia Nacional e para a Protec¸a~o Civil, visando a prevenc¸a~o do conta´gio do novo coronavi´rus em Cabo Verde", anunciou ainda Ulisses Correia e Silva.
De acordo com informação anterior do Governo, com esta aquisição de material e equipamentos de proteção individual, "o país tem garantido um stock, para fazer face à pandemia, para os próximos quatro meses".
Trata-se da maior carga de EPI que Cabo Verde recebe de uma só vez, encomenda enquadrada no Projeto de Emergência em Resposta à covid-19, financiado pelo Governo de Cabo Verde e pelo Banco Mundial em cinco milhões de dólares (4,5 milhões de euros), tendo sido organizado pelo Ministério das Finanças, através da Unidade de Gestão dos Projetos Especiais (UGPE), em articulação com o Ministério da Saúde e de Segurança Social e a Proteção Civil.
Esta carga corresponde ao primeiro lote de um contrato de fornecimento. Um segundo contrato, referente ao lote 2 de fornecimento de equipamentos hospitalares e para o laboratório de virologia, no valor de cerca de 2,2 milhões de euros, deverá chegar ao país no próximo mês.
"No entanto, havendo necessidade de reforço de mais materiais, com a evolução da pandemia, o Governo irá intervir, bem como na adoção e implementação de medidas que forem essenciais a fim de se reduzir o número de infetados e assegurar o atendimento necessário aos que recorrerem às estruturas de saúde", garante uma nota anterior do Governo.
Cabo Verde regista 390 casos acumulados de covid-19, desde 19 de março, distribuídos pelas ilhas de Santiago (331), Boa Vista (56) e São Vicente (03). Contudo, desde terça-feira que não são feitos testes às amostras recolhidas pelas autoridades de saúde, devido a um problema com reagentes no Laboratório de Virologia do país.
Do total, registaram-se quatro óbitos, dois doentes transferidos para os seus países e 155 doentes recuperados, fazendo com que o país tenha neste momento 229 casos ativos.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China