"Ouvi falar muito da Itália por estes dias. Este não é o momento de criar polémica, mas tenho de assinalar uma coisa: nós exigimos o respeito. Se alguém imagina que nos pode tratar como pestilentos, saibam que não ficaremos imóveis", disse Luigi di Maio na sua página de Facebook.
Gravemente afetada pela covid-19 (mais de 33 mil mortos em três meses), a Itália, que parece ter controlado a pandemia, desconfina-se progressivamente desde o início de maio, e prepara a reabertura das suas fronteiras na quarta-feira.
Roma procura uma resposta coordenada das deslocações na Europa no dia 15 de junho, o que marcaria uma resposta à escala continental do turismo, um setor-chave para a economia italiana e que hoje está comprometido.
Vários países vizinhos recusam, no entanto, uma reabertura da sua fronteira terrestre com a Itália, algo que causa incómodo em Roma, que vê nesse ato uma forma de impedir os turistas de viajarem para a Península Itálica.
É o caso particular da Suíça e da Áustria, cujo ministro da Saúde, o 'verde' Rudolf Anschober, declarou que "a Itália ainda é um epicentro, mesmo que a situação tenha melhorado em algumas regiões".
Sobre a questão da reabertura das fronteiras, o ministro italiano Luigi di Maio (Movimento 5 Estrelas), clamou por uma resposta coordenada a nível europeu.
"Necessitamos de uma resposta europeia, porque se agimos de maneira distinta e desordenada, o espírito da União Europeia está perdido. E a Europa sucumbe", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano.
"A nossa paciência tem os seus limites. Compreendo a competição entre os diferentes Estados, é legítima, com a condição de que seja saudável e equilibrada", acrescentou o governante, que louvou "a beleza única, as maravilhas e as praias únicas" da costa italiana.
Luigi di Maio anunciou igualmente que irá à Alemanha na sexta-feira (dia 05 de junho), à Eslovénia no dia seguinte e à Grécia no dia 09, para se reunir com os seus homólogos.
"A situação interna, todos os dados sobre os contágios, serão sempre públicos. Agimos sempre de maneira responsável e transparente e continuaremos a fazê-lo", assegurou di Maio.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 364 mil mortos e infetou mais de 5,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,4 milhões de doentes foram considerados curados.
A Itália registou 87 mortes associados à covid-19 na sexta-feira, número superior ao do dia anterior, tendo reportado mais 516 novos casos da doença, indicam os dados mais recentes da proteção civil italiana.
Segundo a fonte, o total de vítimas mortais associadas ao novo coronavírus no país ascende a 33.229.