Merkel denuncia "assassínio" racista e destaca polarização nos EUA
A chanceler alemã, Angela Merkel, denunciou hoje, numa entrevista televisiva, o "assassínio" do afro-americano George Floyd por polícias em Minneapolis, nos Estados Unidos, e o "racismo" que atinge, segundo a própria, uma "sociedade norte-americana muito polarizada".
© Reuters
Mundo George Floyd
"Este assassínio de George Floyd é uma coisa terrível. O racismo é uma coisa terrível. A sociedade norte-americana está muito polarizada", lamentou a chanceler, numa entrevista à televisão pública alemã ZDF.
"O racismo sempre existiu. E, infelizmente, esse também é o caso aqui (na Alemanha)", acrescentou Merkel, afirmando "esperar" que os protestos se mantenham "pacíficos" nos Estados Unidos.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (estado do Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens da detenção de George Floyd nas redes sociais, têm-se sucedido protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas (e também em cidades europeias, incluindo Berlim), algumas das quais foram palco de confrontos com a polícia e de atos de destruição e de pilhagem.
Em várias dezenas de cidades norte-americanas, incluindo em Washington e em Nova Iorque, foi decretado um recolher obrigatório por causa dos incidentes, existindo registo de milhares de detenções, de várias vítimas mortais e de vários agentes da polícia alvejados.
Na segunda-feira, numa declaração feita a partir da Casa Branca, Donald Trump afirmou ser o "Presidente da ordem e da lei", ameaçando mobilizar as forças militares para acabar com a violência nas ruas.
Quando questionada pela televisão pública alemã ZDF sobre o estilo político do Presidente norte-americano, Donald Trump, Angela Merkel, no poder desde 2005, respondeu que, naquilo que lhe diz respeito, as suas "exigências na política eram sempre de tentar aproximar as pessoas, reconciliá-las".
"Penso que o estilo político (do Presidente Trump) é muito controverso", disse Merkel, que deixará a liderança do Governo alemão em 2021.
Acrescentou, no entanto, que trabalha "com todos os Presidentes eleitos em todo o mundo" e, "claro, com o Presidente norte-americano".
"Tudo o que posso fazer, é esperar que possamos trabalhar juntos", concluiu.
O chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, já tinha afirmado esta semana que os protestos contra a violência policial nos Estados Unidos, desde que fossem sempre pacíficos, eram "compreensíveis" e "mais do que legítimos".
"Espero que os protestos pacíficos não conduzam a mais violência e quero também manifestar a esperança de que estes protestos tenham um efeito nos Estados Unidos", disse, na mesma ocasião, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha.
Os quatro polícias envolvidos na detenção do afro-americano foram despedidos e acusados, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.
Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.
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