"O racismo é também uma pandemia" e "as vidas dos negros contam" foram palavras de ordem nos protestos que decorreram no país, apesar das regras sanitárias impostas devido à covid-19, que limitam a liberdade de manifestação e de reunião.
Em Oslo, os manifestantes, a quase totalidade deles com máscara ou com lenços na cara, reuniram-se defronte do Parlamento e da embaixada dos Estados Unidos, edifícios que estavam protegidos por barreiras.
Os manifestantes cumpriram também oito minutos e 46 segundos de silêncio, o tempo que um agente da polícia asfixiou Floyd até o afro-americano morrer.
Os protestos, que decorreram sem incidentes, foram tolerados pela polícia, que optou por "fechar os olhos" ao desrespeito pelas regras sanitárias.
Para lutar contra a pandemia do novo coronavírus, a Noruega limitou a 50 o total de participantes em manifestações, que têm de estar separados no mínimo por um metro.
"A polícia e a sociedade no seu conjunto dão uma grande importância à liberdade de expressão. A polícia não vai reagir", explicou um responsável policial, Svein Arild Jorundland, à cadeia de televisão norueguesa NRK.
O Governo norueguês manifestou publicamente "inquietação" face à situação nos Estados Unidos, face às manifestações e á violência registada após a morte de Floyd.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu a 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de a vítima dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Pelo menos 10 mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, já ameaçou mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.
Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
O julgamento começa segunda-feira.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.