Guiné-Bissau parece estabilizar mas autoridades com reservas sobre o pico

O coordenador do Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES) da Guiné-Bissau, Dionísio Cumba, admitiu à Lusa que ainda é difícil dizer se a pandemia provocada pelo novo coronavírus já atingiu o pico no país.

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Lusa
06/06/2020 08:01 ‧ 06/06/2020 por Lusa

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Covid-19

 

"Ainda não estou à vontade para dizer que atingimos o pico", afirmou o médico guineense.

Segundo o coordenador do COES, parece haver uma descida do número de casos em Bissau, mas ao nível das regiões ainda não se sabe qual vai ser a evolução.

A Guiné-Bissau detetou os primeiros doentes de covid-19 em março e, segundo os dados divulgados pelo COES, na sexta-feira, o país já registou 1.368 casos positivos, incluindo 12 vítimas mortais e 153 recuperados.

Quando a situação parecia estar concentrada no setor autónomo de Bissau, apareceram os primeiros casos em Bafatá, que já tem cinco infetados, e Gabu, com dois, as maiores cidades do país a seguir a Bissau.

"Com esta situação que estamos a ter nas regiões, vai ser muito difícil afirmar-se se já atingimos o pico no país. Se for só a nível de Bissau posso ousar afirmar que estamos quase a atingir, mas é muito difícil definir isso dado o comportamento da população", salientou o também diretor do Laboratório Nacional de Saúde Pública.

Segundo Dionísio Cumba, é muito difícil definir o pico no país e é preciso "dar um tempo" para depois haver mais certezas.

Para o médico guineense, tudo vai depender do comportamento da população, mas considerou que em Bissau já se veem mais pessoas a tomar medidas de prevenção.

O Presidente guineense, Umaro Sissico Embaló, já prolongou por quatro vezes o estado de emergência no país e impôs o recolher obrigatório, mas decidiu, recentemente, abrir fronteiras e iniciar o desconfinamento.

Dionísio Cumba alertou, contudo, que o desconfinamento pode aumentar os casos por infeção do novo coronavírus no país, porque as pessoas podem pensar que a situação melhorou.

"É preciso o respeito das regras e as autoridades devem usar todos os mecanismos. Caso contrário, vamos ter o aumento de novas infeções por causa da aparente liberdade que as pessoas têm", salientou.

No âmbito do combate à pandemia, o Presidente guineense criou na sexta-feira o Alto Comissariado para a Luta Contra a Covid-19, que terá como principal objetivo reformular o plano estratégico, coordenar parcerias e redinamizar o combate contra o novo coronavírus.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 392 mil mortos e infetou quase 6,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.

Em África, há 4.756 mortos confirmados em quase 170 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.368 casos e 12 mortos), seguida da Guiné Equatorial (1.306 casos e 12 mortos), Cabo Verde (536 casos e cinco mortes), São Tomé e Príncipe (499 casos e 12 mortos), Moçambique (354 casos e dois mortos) e Angola (86 infetados e quatro mortos).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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