Médico diz que 15 milhões de iranianos "podem ter sido" infetados

Perto de 15 milhões de iranianos podem ter sido infetados com o novo coronavírus, informou hoje a agência de notícias do Irão Isna, citando um médico que é membro do comité nacional de combate à pandemia da covid-19.

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Lusa
09/06/2020 17:48 ‧ 09/06/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"De acordo com os resultados [de vários estudos], cerca de 15 milhões de iranianos podem ter sido infetados com esse vírus", escreveu a Isna, citando o Dr. Ehsan Mostafavi.

Esse número corresponde a pouco menos de 19% da população do Irão (cerca de 81 milhões de habitantes), onde foram confirmados 175.927 casos de contaminação, segundo os últimos dados oficiais.

Porém, esses valores devem ser tomados "com precaução", porque é uma extrapolação a partir de testes serológicos realizados aos pacientes que recuperaram da doença (para identificar anticorpos) e "também deve ser mencionado que esse resultado é relativamente semelhante ao de outros estudos realizados no resto do mundo", segundo o médico.

Para o Dr. Mostafavi, isso mostra que o vírus é "significativamente menos mortal do que nós [Irão] ou o mundo esperava", acrescentou a Isna.

O Irão, que declarou os primeiros casos de contaminação em fevereiro, é o país do Médio Oriente mais afetado pela pandemia da covid-19.

Segundo a nova porta-voz do ministério da Saúde, Sima Sadat Lari, 74 pessoas morreram da doença nas últimas 24 horas, aumentado o número de mortos para 8.425.

Ao mesmo tempo, os serviços de saúde confirmaram 2.095 novos casos de contaminação, acrescentou Lari, durante uma conferência de imprensa televisiva.

Lari foi nomeada hoje para substituir Kianouche Jahanpour, que foi criticado no início de abril depois de declarar que as estatísticas sobre a covid-19 na China eram "uma piada de mau gosto".

Forçado a retratar-se, elogiou o apoio "inesquecível" de Pequim à República islâmica "nestes tempos difíceis", depois de o embaixador chinês no Irão ter recorrido ao Twitter para denunciar esses comentários.

A China é um parceiro vital para a República Islâmica, que tem a economia danificada devido às sanções norte-americanas.

 A pandemia de covid-19 já provocou mais de 406 mil mortos e infetou mais de 7,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.

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