Com 5,5 milhões de habitantes, a Finlândia registou 7.108 casos de contaminação com o novo coronavírus, incluindo 326 mortes, e a taxa de infeções ficou bastante reduzida nas últimas semanas, havendo atualmente apenas 22 doentes hospitalizados, dos quais três em cuidados intensivos.
"De acordo com a avaliação epidemiológica e jurídica dos especialistas, podemos concluir que já não existem condições suficientes para exercer os poderes extraordinários previstos na Lei de Emergência", disse a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, numa conferência de imprensa.
Segundo Marin, a suspensão do estado de emergência não significa que a pandemia de covid-19 já não seja uma ameaça, por isso continua a aconselhar que os cidadãos ajam com cautela e cumpram as recomendações do Governo.
"Trabalhamos muito para evitar que a situação se agrave e para impedir a disseminação do vírus, protegendo grupos de risco e garantindo capacidade hospitalar. Na minha opinião, o executivo agiu com sucesso razoável, mas a pandemia não foi superada totalmente", alertou Marin.
A declaração de estado de emergência, em 18 de março, permitiu ao Governo finlandês adotar medidas extremas para conter a pandemia - mais tarde ratificadas pelo Parlamento - incluindo o encerramento das fronteiras, o isolamento da região de Helsínquia e o fecho de centros educacionais, bares e restaurantes.
Nos últimos três meses, o Governo de Marin modificou a legislação para que, no caso de uma nova onda de infeções, seja possível adotar medidas de contenção sem ter de regressar a um estado de emergência.
O Governo vai analisar, na quarta-feira, se é necessário manter algumas das restrições atuais, como a recomendação de não visitar lares de idosos ou a limitação de reuniões públicas para um máximo de 500 pessoas.
Atualmente, as autoridades finlandesas aconselham os seus cidadãos a não fazerem viagens desnecessárias ao exterior, com exceção da Noruega, Dinamarca, Islândia, Estónia, Letónia e Lituânia.
No momento, a Finlândia planeia manter as fronteiras com o resto dos países do espaço Schengen fechadas ao turismo, até pelo menos final de junho, e com os restantes países, até 14 de julho.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 433 mil mortos e infetou mais de 7,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.