Os médicos de um hospital de Rio Branco, no estado brasileiro do Acre, induziram, esta segunda-feira, 15 de junho, o parto a uma mulher, grávida de seis meses, em coma devido à Covid-19.
De acordo com o site G1, trata-se de uma psicóloga de 34 anos, internada há 20 dias, nove numa Unidade de Cuidados Intensivos, onde se encontra entubada e em coma.
O marido da paciente, que é médico, explicou à publicação que os profissionais de saúde decidiram provocar o parto para não colocar em risco de vida a mulher e o filho.
“Ela está muito instável, está com taquicardia. Os obstetras e restantes médicos reuniram e decidiram induzir o parto e levar o bebé para a Unidade de Cuidados Intensivos neonatal. É a solução mais segura. Já lhe está a ser administrada medicação para induzir o parto normal”, esclareceu o profissional de saúde.
A possibilidade de submeter a mulher a uma cesariana foi de imediato afastada. “É complicado, as mulheres podem perder muito sangue e ela não pode ir para uma sala de cirurgias, não há forma de a retirar da Unidade de Cuidados Intensivos. Ela não suportaria uma cesariana. Mas ela vai recuperar. Quando o bebé nascer, ela vai ter força e ambos vão ficar bem”, disse o homem, esperançoso.
O casal já tem uma filha de quatro anos, mas desejava muito ter mais filhos. O nome do menino foi escolhido muito antes da mãe apanhar Covid-19, mas faz agora ainda mais sentido: José Valente.
Na última sexta-feira, dia 12 de junho, o médico foi fotografado em frente ao hospital a fazer uma oração a pedir pela vida da mulher. Momento este que foi, posteriormente, partilhado nas redes sociais. Questionado sobre a sua fé, o médico admitiu que acredita em Deus e que o pedido não era só para a mulher, mas sim para todo o hospital. “Estamos todos numa luta, estamos numa guerra!”, rematou.