"Silêncio dos brancos é violência" é uma das muitas mensagens ecoadas nos protestos da 'Black Lives Matter' [Vidas Negras Importam] um pouco por todo o mundo, e marca a ideia de que "já não é suficiente não ser racista, é necessário ser, de forma aberta, anti-racista".
No entanto, agora a ideia ganha mais força e o pedido aplica-se também aos indianos, no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, a quem é pedido que pensem sobre o seu privilégio, reporta a CNN.
Esta tensão terá surgido pelo facto de alguns grupos asiáticos serem vistos como "minorias modelo", celebrados por alcançarem níveis mais elevados de sucesso.
No Reino Unido, mostram dados do governo, indianos ganham, em média, mais do que qualquer outra minoria étnica, até mesmo do que a comunidade caucasiana.
Já a comunidade negra ganha menos do que outros grupos após terminarem os estudos e têm três vezes mais probabilidade de serem presos do que pessoas de cor branca. Tendências semelhantes foram registadas nos Estados Unidos e no Canadá, explica a mesma investigação da CNN.
No início do mês, a ministra do interior, Priti Patel, - de origem indiana - dispensou a deputada da oposição Florence Eshalomi - de cor negra - após esta dizer que o governo não levava o racismo estrutural seriamente.
Patel reagiu dizendo que "não ia levar lições sobre racismo", uma vez que também ela tinha sido vítima.
Um professor britânico - de origem negra - considerou a resposta da ministra do interior "frustrante", dizendo que "colocar um rosto negro à frente (de um cargo importante) não resolve o problema" e que há uma tendência "em agrupar todas as minorias étnicas".
"Somos todos colocados no mesmo saco e isso só diz 'como não são brancos, devem ter experiências semelhantes' e, por isso, devem existir resultados parecidos, o que é completamente falso", condenou.
Leia Também: George Floyd: UE fala em "choque" e subscreve que "vidas negras importam"