O boletim diário da covid-19 no Iraque, um dos países mais ricos do mundo em petróleo mas com infraestruturas públicas devastadas, registou hoje um total de 51.524 contaminações, incluindo 2.050 mortes, enquanto 26.267 pessoas foram consideradas curadas.
O Iraque, que tem pacientes em todas as 18 províncias, mas principalmente em Bagdade -- com 10 milhões de habitantes -, afirma ter realizado 556 mil testes desde março.
Porém, devido à escassez crónica de médicos, medicamentos e leitos hospitalares há décadas, o país depende principalmente de aviões de ajuda externa para continuar a testar a população.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Iraque possui 14 camas hospitalares por 10.000 habitantes -- contra 60 em França, por exemplo -- e gasta apenas 1,8% do seu orçamento em Saúde.
O Iraque está particularmente ameaçado porque partilha centenas de quilómetros de fronteira com o Irão, o foco principal da covid-19 no Médio Oriente, e porque, a meio de uma crise económica, as autoridades recusam-se a reintroduzir no país um recolher obrigatório que já privou milhares de famílias de rendimentos durante semanas.
Os profissionais de saúde reclamam há muito tempo que são mal remunerados por um emprego em que são regularmente agredidos por parentes de pacientes, que os acusam de terem falhado. Agora estão também preocupados com as suas vidas, depois de centenas de contaminações registadas nas suas fileiras.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 511 mil mortos e infetou mais de 10,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.