O total de mortes por covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, chegou a 1.201 desde que os primeiros casos foram detetados no país em março passado, de acordo com o Ministério da Saúde boliviano.
O número total de pessoas infetadas pelo novo coronavírus no país é de 34.227, entre os cerca de onze milhões de habitantes, e neste momento estão a ser registados mais de mil casos de infeções pelo vírus por dia.
Até agora, a maior taxa de mortalidade diária havia sido registada na segunda-feira passada (57), de acordo com os dados oficiais.
Em Santa Cruz, a região mais populosa do país, com pouco mais de três milhões de habitantes, continua a ser a região mais afetada, com 22 entre os 78 mortos, enquanto Cochabamba registou 19.
A cidade de Cochabamba, uma das maiores da Bolívia com pouco mais de 600.000 habitantes, enfrenta problemas há vários dias para cremar e enterrar os mortos, ocorrendo protestos de familiares nos portões do cemitério, pois muitos precisam voltar para casa com os caixões e esperar para enterrar os seus entes queridos.
A Bolívia declarou estado de emergência no final de março, com medidas que, atualmente, podem ser reforçadas ou flexibilizadas com base num mapa de risco da doença por regiões e municípios.
O Governo interino estima que o país atingirá o pico da doença no começo de setembro.
Algumas das principais cidades do país, como Santa Cruz, mantêm uma quarentena rígida com pouca flexibilização das restrições. Outras cidades que fizeram o relaxamento das medidas, como La Paz e Cochabamba, tiveram de voltar a impor normas de contenção para combater o vírus.
Várias cidades bolivianas relatam casos de centros de saúde em colapso e algumas mortes nas portas dos hospitais e nas ruas, além de pacientes que fazem uma peregrinação pelos centros de saúde até encontrarem atendimento.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 516 mil mortos e infetou mais de 10,71 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.