Saída dos EUA da OMS é "revés para cooperação internacional"
O Governo alemão considera que a retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde (OMS) é um "revés para a cooperação internacional" e defende que a agência da ONU deve ser apoiada.
© Reuters
Mundo Alemanha
Washington e ONU confirmaram terça-feira a notificação oficial sobre a saída dos Estados Unidos da América da OMS, acusada pelos norte-americanos de tardar a reagir à pandemia do novo coronavírus e de proteger os interesses chineses.
"As epidemias globais mostram que precisamos de mais cooperação internacional para combater a pandemia", disse hoje Martina Fietz, porta-voz do Governo de Angela Merkel, durante uma conferência de imprensa em Berlim.
"O trabalho da OMS é extraordinário, especialmente em tempos como este. É importante que seja apoiado e suficientemente financiado", disse Fietz.
A notificação de saída da OMS por parte dos EUA entra em vigor no final de um ano, em 06 de julho de 2021, segundo as autoridades norte-americanas.
Joe Biden, candidato democrata às eleições presidenciais dos EUA, prometeu que fará reverter esta decisão do atual Presidente, Donald Trump, se for eleito em novembro próximo.
Em fins de maio, Trump anunciou que terminava o relacionamento entre os Estados Unidos e a OMS, que acusou de ser inapta na gestão da pandemia de covid-19.
O Presidente norte-americano alegou que a OMS não soube responder de forma eficaz ao seu apelo para introduzir alterações no seu modelo de financiamento, depois de já ter ameaçado cortar o financiamento norte-americano a esta organização das Nações Unidas, acusando-a de ser demasiado benevolente com o Governo chinês.
"Porque falharam em fazer as reformas necessárias e requeridas, terminamos o nosso relacionamento com a Organização Mundial de Saúde e iremos redirecionar os fundos para outras necessidades urgentes e globais de saúde pública que possam surgir", disse Trump, em declarações aos jornalistas.
No início do mesmo mês, Trump tinha feito um ultimato à OMS, ameaçando cortar a ligação à organização se não fossem feitas reformas profundas na sua estrutura e no seu 'modus operandi'.
Nessa altura, Trump suspendeu temporariamente o financiamento à OMS, no valor que está estimado em cerca de 400 milhões de euros anuais, o que corresponde a 15% do orçamento da organização.
O Presidente dos Estados Unidos acusou a OMS de ter feito uma gestão ineficaz de combate à pandemia de covid-19 e de ter sido conivente com o Governo chinês, alegando que Pequim reteve informação relevante sobre a propagação do novo coronavírus, que aumentou os riscos da crise sanitária global.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 544 mil mortos e infetou mais de 11,85 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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