Segundo o presidente da Junta da Andaluzia, Juanma Moreno, as punições serão definidas terça-feira pelo Conselho do Governo andaluz e a decisão, destinada a diminuir os riscos de transmissão no novo coronavírus, afeta todos os espaços abertos e fechados, para evitar situações idênticas às que se registam nalgumas zonas da Catalunha.
A obrigatoriedade do uso de máscara é a principal novidade de um pacote de medidas que o Governo andaluz vai aprovar terça-feira, estando, entre elas, o pagamento de multas para quem não as cumprir.
Moreno explicou que estão a surgir nesta província do sul de Espanha, que faz fronteira, a oeste, com o Algarve (Portugal), "numerosos focos" que eram "previsíveis", mas realçou que a taxa de hospitalização continua a baixar, pelo que "ainda não há razões para grandes preocupações".
No entanto, insistiu que, a nível mundial, a pandemia continua a crescer e explicou que os "focos sem precedentes" que estão a registar-se na Catalunha levaram o executivo de Sevilha a fazer uma "reflexão", realçando que os especialistas reduzem a cerca de 1% a possibilidade de contágio entre duas pessoas com máscara.
O anúncio das medidas na Andaluzia surge num dia em que, nas Baleares, entrou em vigor a obrigatoriedade do uso de máscara, embora ao longo da primeira semana não vá existir qualquer sanção, para dar tempo a que as pessoas sejam sensibilizadas e se adaptem.
Segundo a conselheira de Saúde e Consumo do governo local, as multas começarão a ser aplicadas a partir de 20 deste mês, podendo atingir os 100 euros.
Ao contrário da Andaluzia, o uso de máscara não será obrigatório em espaços abertos e fora das zonas habitacionais, praias, passeios marítimos e piscina sempre que a afluência de pessoas permita manter a distância de segurança de 1,5 metros.
As questões relacionadas com o uso de máscaras são também alvo de uma sondagem hoje divulgada sobre Bem-estar Emocional e realizada pelo Centro de Investigações Sociológicas (CIS), que indica que mais de 73% dos espanhóis apoia a imposição de multas como medida necessária para o cumprimento faz normas de segurança.
Segundo os dados, 73,1% dos espanhóis inquiridos apoia a imposição de multas para quem não cumpra as normas de combate ao coronavírus, como o uso de máscaras em espaços públicos ou a distância de segurança, enquanto 22,4% pensa ser suficiente confiar que as pessoas possam cumpri-las voluntariamente.
Por outro lado, oito em cada 10 inquiridos consideram que as pessoas começaram a esquecer-se das normas de segurança assim que começaram os diversos estágios de desconfinamento.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 569 mil mortos e infetou mais de 12,92 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.